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Deputados da UE querem travar acordo com Mercosul por causa de Bolsonaro

20/06/2019 15h51

Bruxelas, 20 jun (EFE).- Um grupo de 66 eurodeputados pediu nesta quinta-feira que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul ainda não seja fechado por conta da postura manifestada pelo presidente Jair Bolsonaro sobre áreas que figuram no acordo, como os direitos dos trabalhadores e a proteção ao meio ambiente.

Em carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e à comissária de Comércio, Cecilia Malmström, os eurodeputados advertiram sobre o acordo, que tacharam de "politicamente muito sensível", por conta "das declarações de Bolsonaro sobre a mudança climática, o futuro da Amazônia, os direitos dos trabalhadores e os povos indígenas".

Os eurodeputados, alguns recentemente eleitos nos pleitos de maio e outros pertencentes à Eurocâmara em fim de mandato, ressaltaram também as diferenças na legislação quanto à aplicação de pesticidas no Brasil, que permitiu uma ampliação do uso a níveis não permitidos na UE.

Além disso, os direitos dos trabalhadores brasileiros preocupam os 66 eurodeputados, que fazem menção a declarações do presidente brasileiro nas quais disse que os trabalhadores deveriam escolher "entre trabalho e direitos".

Para os eurodeputados, concluir um acordo com grande impacto sobre o meio ambiente e com um parceiro das dimensões do Brasil no campo da agroindústria "enviaria um sinal muito negativo ao eleitorado europeu" após o auge dos partidos verdes nas eleições.

As negociações técnicas para um acordo entre a UE e o Mercosul começaram em Buenos Aires em abril de 2000 e desde então foram realizadas mais de 30 rodadas de negociação, um processo complexo, inclusive com bloqueios de muitos anos.

Nas últimas semanas, houve um impulso favorável a este acordo por parte de líderes de ambos os blocos, embora ainda falte pelo menos uma rodada de negociações técnicas para resolver as últimas diferenças após duas décadas de negociações. EFE

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