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China está quase sem espaço para armazenar carne importada

Bloomberg News

19/06/2019 07h13

(Bloomberg) -- A China tenta importar o máximo de carne possível para compensar a queda na oferta de suínos provocada pela gripe suína africana. No entanto, agora o país enfrenta outro grande problema: quase não há mais espaço para armazenamento nas câmaras frigoríficas de seus principais portos.

Importadores armazenaram uma grande quantidade de carne - principalmente de porco e bovina -, e as câmaras frigoríficas em portos como Tianjin, Xangai e Dalian agora estão quase completas, disse Wang Zhen, do Subcomitê de Logística da Cadeia Frigorífica, uma associação do setor.

A carne deve ficar armazenada nos portos até o fim do ano, antecipando a alta temporada de consumo no país, disse Wang. Carregamentos de maior porte de carga frigorificada terão que esperar até que os importadores encontrem lugar de armazenamento, afirmou.

"Os importadores buscam transportar a carne para o interior para armazená-la, mas é mais caro porque planejam armazenar a carne por meses até os festivais de meados do outono ou primavera", disse Wang. As instalações de armazenamento no interior do país são apenas para uso temporário, e os custos são mais altos do que os dos portos, acrescentou.

A falta de capacidade de armazenamento pode limitar oportunidades para processadoras globais de carne que buscam fechar acordos de exportação com a China. Reino Unido, Alemanha, Rússia e Índia são apenas alguns dos países que tentam vender mais carne para a China. Já as exportações de carne de aves do Brasil dispararam este ano. A China comprou uma quantidade recorde de carne em abril sob o impacto da gripe suína africana, que levou ao abate de milhões de suínos no maior mercado consumidor de carne de porco.

A Tianjin Zhongyu Real Estate, maior operadora de armazéns na região de Tianjin, disse que as câmaras frigoríficas em alguns dos principais portos estão quase totalmente ocupadas. Somente em Tianjin, cerca de meio milhão de toneladas de carne estão em câmaras frigoríficas.

Grandes carregamentos de carnes para a China podem ter que esperar até que os preços domésticos subam mais ou até setembro ou outubro, quando parte da carne armazenada pode ser vendida, disse Cao Guoliang, gerente de operações da Zhongyu.

"A maioria dos importadores comprou a carne em março e abril, e é provável que liberem os estoques quando tiverem um lucro de 3% a 5%", disse Cao. Os preços atuais não são rentáveis para a venda, disse.

As exportações de carne suína do Brasil para a China aumentaram 51% em maio na comparação anual, enquanto os embarques de carne de frango deram um salto de 49% no período. A China também suspendeu um bloqueio temporário contra a carne bovina brasileira, que estava em vigor depois do registro de um caso de vaca louca no país.

--Com a colaboração de James Mayger.

To contact Bloomberg News staff for this story: Shuping Niu em Beijing, nshuping@bloomberg.net

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