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ACNUR pede medidas para conter onda de naufrágios de migrantes venezuelanos

18/06/2019 12h33

Genebra, 18 jun (EFE).- O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu nesta terça-feira que a Venezuela e governos vizinhos realizem esforços coordenados para auxiliar os venezuelanos que tentam emigrar para ilhas do Caribe e assim conter a onda de naufrágios na região, com mais de 80 mortos ou desaparecidos nos últimos dois meses.

"É vital que as pessoas possam ter acesso a territórios seguros de maneiras que não lhes obriguem a pôr em risco suas vidas", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch.

Nesse sentido, o porta-voz pediu aos governos dessa região que se coordenem "para fazer frente à exploração, ao abuso e à violência que sofre o povo que emigra de forma irregular".

O organismo fez este apelo diante da proliferação de naufrágios de embarcações que buscam chegar a Trinidade e Tobago, Curaçao e outras ilhas do Caribe após sair da Venezuela, com pelo menos três acidentes nos quais o número de vítimas é contado em dezenas.

Nos dias 23 de abril e 16 de maio, 67 venezuelanos desapareceram em dois naufrágios de botes que tentavam chegar a Trinidade e Tobago, país caribenho mais próximo ao litoral da Venezuela.

No terceiro acidente, pelo menos 21 refugiados e migrantes desapareceram no naufrágio do bote que tentava levá-los à ilha holandesa de Curaçao, em frente ao estado venezuelano de Falcón, de onde tinha partido a embarcação.

"Estes incidentes mostram as medidas desesperadas que os venezuelanos chegam a tomar para chegar ao seu destino, pondo suas vidas nas mãos de contrabandistas", comentou em comunicado Marcelo Pisani, responsável pela Organização Internacional de Migração (OIM) na América do Norte, Central e Caribe.

Estes migrantes pagam grandes somas de dinheiro às quadrilhas que tentam levá-los a outros países do Caribe, sem garantias que vão chegar aos seus destinos, viajando em navios sobrecarregados, acrescentou o comunicado da OIM.

Não há números completos sobre quantos venezuelanos tentam emigrar do seu país através destes canais irregulares no Caribe, mas calcula-se que nessa região vivam 110.000 dos quatro milhões de cidadãos da Venezuela que deixaram seu país desde 2014 em consequência da crise política e econômica.

Os naufrágios de navios da Venezuela contribuíram para um forte aumento no número de migrantes mortos em todo o Caribe neste ano, 143 entre janeiro e junho, enquanto no mesmo período de 2018 foram 18. EFE

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