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Engenheiros palestinos ganharão até US$3,5 mi após aquisição de empresa israelense

17/06/2019 11h58

Por Rami Ayyub e Tova Cohen

RAWABI, Cisjordânia/TEL AVIV (Reuters) - Os engenheiros palestinos que trabalham para a fabricante de chips Mellanox devem dividir 3,5 milhões de dólares quando a aquisição da empresa pela Nvidia, desenvolvedora de chips dos Estados Unidos, estiver concluída.

A Mellanox é uma das poucas empresas israelenses que começaram a colaborar com o emergente cenário tecnológico palestino, ignorando o conflito político para explorar um grupo crescente de engenheiros a um custo que dizem ser comparável à contratação de especialistas em engenharia na Índia ou na Ucrânia.

A fabricante de chips ofereceu opções de ações para mais de 100 engenheiros palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza quando os contratou, embora não sejam funcionários permanentes, já que a falta de engenheiros em Israel torna suas habilidades muito procuradas por multinacionais.

A Mellanox diz que seus designers e programadores palestinos, terceirizados pela empresa de software Asal, poderão agora exercer essas opções depois que a aquisição da Nvidia, no valor de 6,8 bilhões de dólares, encerrar em 2019 e ganhar coletivamente até 3,5 milhões de dólares.

"Estamos muito orgulhosos que eles tem participação, o mesmo que todos os outros funcionários", disse o presidente-executivo da Mellanox, Eyal Waldman, à Reuters em entrevista.

"Trinta, quarenta mil dólares para um funcionário na Cisjordânia ou em Gaza é muito dinheiro", acrescentou Waldman, observando que o desemprego está em torno de 40%.

O salário médio diário na Cisjordânia é de 28 dólares e apenas 11 dólares em Gaza, de acordo com o Palestine Economic Policy Research Institute.

O presidente-executivo da Asal, Murad Tahboub, disse que 125 de seus 350 funcionários trabalham exclusivamente para a Mellanox, que fabrica produtos que conectam bancos de dados, servidores e computadores, e eles receberam opções para reduzir o aumento da troca de empregos entre os trabalhadores.

A alta tecnologia oferece uma oportunidade única para os palestinos, cujas universidades produziram cerca de 3 mil engenheiros em 2018, disse Tahboub.

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