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Confronto com participação do PCC deixa 10 mortos em prisão do Paraguai

16/06/2019 18h41

Assunção, 16 jun (EFE).- Dez detentos morreram durante um confronto entre membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Clã Rotela, também vinculado ao narcotráfico, ocorrido neste domingo na prisão San Pedro de Ycuamandyyu, no departamento de San Pedro, no Paraguai, segundo confirmaram à Agência Efe fontes do Ministério do Interior.

Das dez vítimas, seis morreram decapitadas, três foram incineradas e a última foi assassinada com uma arma branca, segundo os últimos dados coletados pelo ministério.

Além disso, a imprensa local também assinala que os distúrbios deixaram vários feridos que foram transferidos ao hospital de San Pedro, que foi desocupado para evitar complicações e mais danos, já que não se descarta que os grupos queiram resgatar seus integrantes.

O confronto entre os grupos criminosos foi controlado algumas horas depois pela Polícia Nacional.

O Ministério Público paraguaio já iniciou as investigações para esclarecer as causas do confronto e não se descarta sua vinculação com outro incidente similar ocorrido na sexta-feira na prisão de Tacumbú, em Assunção.

Nessa penitenciaria morreram dois homens de menos de 30 anos após vários confrontos com armas brancas.

No último ano têm se tornado comuns os motins de presos nas penitenciárias paraguaias vinculados a grupos criminosos como o PCC ou o também brasileiro Comando Vermelho.

A presença destes criminosos nos presídios paraguaios levou o governo local a agilizar as expulsões e os processos de extradição aos países nos quais são requeridos pela Justiça.

Ambos grupos operam no Paraguai, especialmente nas áreas fronteiriças com o Brasil, como a cidade de Pedro Juan Caballero, onde controlam o tráfico de drogas.

As autoridades aumentaram sua política de expulsões a partir de novembro de 2018, depois que o traficante brasileiro Marcelo Pinheiro, conhecido como 'Marcelo Piloto', do Comando Vermelho, assassinou uma mulher que lhe visitou em sua cela para evitar sua extradição ao Brasil.

O Paraguai também expulsou ao Brasil líderes do PCC, como Thiago Ximenez, de codinome "Matrix", detido no último mês de março após fugir de um quartel de Assunção, e outros três membros do mesmo grupo que tinham escapado no ano passado.

As autoridades paraguaias estimam que 400 integrantes de grupos criminosos brasileiros cumprem pena no Paraguai, segundo dados oficiais.

Diante desta situação e do aumento dos motins nos presídios, o governo iniciou a mobilização de membros das Forças Armadas para reforçar o perímetro das prisões do país. EFE

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