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Japão pede a EUA mais provas sobre autoria do Irã em ataque a petroleiros

15/06/2019 23h07

Tóquio, 16 jun (EFE).- O Governo do Japão pediu aos Estados Unidos provas concretas para respaldar sua afirmação de que o Irã está por trás do recente ataque a dois cargueiros no golfo de Omã, sobre cuja responsabilidade Tóquio evitou comentar até agora.

Horas depois do ataque na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã pelos ataques sem dar provas, e posteriormente seu Departamento publicou um vídeo no qual supostamente se via um bote patrulheiro iraniano tirando uma mina que não explodiu do casco do petroleiro japonês Kokuka Courageous.

O Governo japonês continua sem estar convencido e considera que as explicações dos EUA não ajudaram "passar da fase da especulação", revelaram fontes do governo em informações publicadas neste domingo (data local) pela agência japonesa de notícias "Kyodo".

Pompeo disse que a avaliação dos EUA se baseia em "relatórios de inteligência, nas armas usadas, no nível de conhecimento necessário para executar a operação, nos ataques similares contra navios cometidos pelo Irã recentemente e no fato de que nenhum grupo rebelde da região tem os recursos para agir neste nível de sofisticação", argumentos que não convenceram Tóquio.

"Se ter o nível de experiência necessária é considerado um argumento de peso para determinar que se tratou do Irã, isso também se aplicaria a EUA e Israel", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores japonês.

"Estas não são provas definitivas de que se trata do Irã", disse à agência uma fonte próxima ao primeiro-ministro, Shinzo Abe.

O Japão está levando muito a sério a investigação do ataque, que aconteceu quando Abe estava reunido com o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, em Teerã.

"Os ataques afetaram gravemente a reputação do primeiro-ministro porque ele estava tentando ser mediador entre Estados Unidos e Irã", afirmou a mesma fonte, que classificou o assunto como uma "preocupação séria" para Tóquio no qual "cometer erros na hora de determinar os fatos é inadmissível". EFE

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