Após turistas fazerem selfies alegres em Chernobyl, criador da série pede respeito
Para Craig Mazin, é 'maravilhoso' que uma 'onda' de pessoas esteja visitando o local. Mas acrescentou que é preciso se recordar 'que uma terrível tragédia ocorreu ali'. 'Se comportem com respeito por todos que sofreram e morreram', escreveu.
Os turistas que visitam Chernobyl devem ter "respeito".
O pedido foi feito por Craig Mazin, criador da série da HBO e da Sky sobre o pior acidente nuclear da história, depois que o sucesso da produção atraiu uma legião de turistas que visitaram a área e fizeram selfies com sorrisos. Uma delas chegou a tirar uma fotografia seminua.
Para Mazin, é "maravilhoso" que uma "onda" de pessoas esteja visitando o local, na Ucrânia, que fazia parte da União Soviética. Mas ele acrescentou que é preciso lembrar "que uma terrível tragédia ocorreu ali". "Se comportem com respeito por todos que sofreram e morreram", escreveu Mazin no Twitter.
https://www.instagram.com/p/Byf3JI9CnJ5/
Algumas companhias de turismo fazem tours para a zona de exclusão em torno de Chernobyl, de 30 quilômetros, e Pripyat, a cidade abandonada que foi construída para abrigar os trabalhadores da usina e suas famílias.
Pripyat tinha uma população de 60 mil pessoas antes do desastre, mas ficou praticamente deserta desde então - apesar de ter sido visitada por cerca de 60 mil turistas no ano passado.
A zona de exclusão vai da Ucrânia até a Bielorrússia e cobre uma área com duas vezes o tamanho de Londres.
Vaidade
Depois da estreia da série, houve um aumento do turismo na região. Agora, seus cenários estampam fotos no Instagram.
https://twitter.com/komacore/status/1137692054899908608
O número de pessoas que morreram em decorrência da exposição à radiação é contestado. Um relatório de 2005 feito pelo Fórum Chernobyl sugeriu que menos de 50 pessoas morreram devido à radiação. Já o Greenpeace aponta números de 93 mil vítimas.
O que não é contestado é que cerca de 5 mil casos de câncer de tireoide - na maioria, tratados e curados - ocorreram devido à contaminação.
E é exatamente isso que o criador da série Chernobyl quer que as pessoas lembrem.
Não é a primeira vez que se solicita que turistas parem de fazer selfies questionáveis em lugares históricos.
Em 2014, uma adolescente americana publicou uma selfie sorrindo no campo de concentração de Auschwitz. A imagem viralizou e foi amplamente contestada.
Outras pessoas fizeram selfies alegres no memorial do Holocausto em Berlim, que lembra o assassinato de 1,1 milhão de pessoas no período.
Em resposta a essas imagens, um site passou a republicar as selfies, borrando o rosto das pessoas e substitindo o fundo por fotografias de vítimas do Holocausto.
Outro caso de repercussão foi o ensaio fotográfico sensual da modelo brasileira Nana Gouvêa em locais destruídos pelo furacão Sandy, em Nova York, em 2012.
https://twitter.com/AuschwitzMuseum/status/1108337507660451841
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