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Youtuber é condenado a 5 anos 'offline' por humilhar morador de rua

Youtuber Kenghua R., criador do canal ReSet, ofereceu bolacha recheada com pasta de dente - Reprodução
Youtuber Kenghua R., criador do canal ReSet, ofereceu bolacha recheada com pasta de dente Imagem: Reprodução
do UOL

Janaina Garcia

Colaboração para o UOL

31/05/2019 13h12Atualizada em 31/05/2019 15h33

Resumo da notícia

  • Kenghua R., do canal ReSet, deu a morador de rua bolachas com pasta de dente
  • Multa foi de 2 mil euros por conta das várias visualizações do vídeo
  • Réu terá que pagar 20 mil euros ao morador de rua humilhado

O que seria uma "trolada" em um cidadão desavisado, em troca de alguns novos milhares de seguidores (e, claro, uns trocados em cima disso), acabou custando caro a um youtuber da Catalunha, na Espanha. Esta semana, uma juíza de Barcelona proibiu Kenghua R., criador do canal ReSet, de usar a rede social pelo período de cinco anos.

De acordo com a decisão, o youtuber humilhou um morador de rua ao oferecer a ele bolachas do tipo Oreo recheadas de pasta de dente, o induzindo a achar que fosse baunilha. Tudo, obviamente, foi gravado e publicado no canal dele no YouTube, plataforma de vídeos do Google.

A "zoeira" rendeu ao criador de conteúdo cerca de 2 mil euros (cerca de R$ 8,74 mil) por conta das várias visualizações do vídeo.

Segundo o jornal espanhol "El País", que teve acesso à decisão, a magistrada ainda impôs ao jovem uma pena de 15 meses de prisão -da qual ele se livrou porque não tinha antecedentes criminais. O caso foi denunciado por uma promotoria especializada na investigação de crimes de ódio.

A juíza responsável pela decisão entendeu que o youtuber feriu a integridade moral do homem e, em um trecho da sentença considerado, em certa medida, inovador, o proibiu de surgir no ambiente do delito, mesmo que em um cenário virtual, tal qual o YouTube, durante cinco anos, e ainda determinou que ele apague, por esse mesmo tempo, o canal - sob a proibição de criar um novo.

O youtuber tentou se defender alegando que o vídeo fazia parte dos "desafios" lançados em seu canal, mas tudo foi feito em "esquema de brincadeira". Não convenceu.

A juíza entendeu que o vídeo de Kenghua configurou "ato claro e inequívoco de conteúdo vexatório" à vítima e apontou que ingerir pasta de dentes ainda causou ao homem "sofrimento físico".

Além da proibição de publicar vídeos no YouTube, o réu terá que pagar 20 mil euros (o equivalente a R$ 87,4 mil) ao morador de rua.

Mais rigidez para vídeos ofensivos

No ano passado, o YouTube criou mais punições a quem publicar vídeos com conteúdos ofensivos aos espectadores. O anúncio ocorreu pouco tempo após a polêmica envolvendo o youtuber Logan Paul, que publicou um vídeo com a imagem de uma vítima de suicídio no Japão para os seus mais de 15 milhões de seguidores na época.

De acordo com a empresa, os conteúdos publicados não devem prejudicar toda a comunidade e nem lucrar em cima de vídeos violentos, cruéis, sensacionalistas e/ou que promovam o ódio a um grupo de pessoas.

Entre as novas punições anunciadas para os criadores de conteúdos estavam: remover o canal do Google Preferred (plataforma que reserva 5% dos canais mais vistos no YouTube); suspender, cancelar ou remover o vídeo original; suspensão de anúncios no canal; remoção do canal do programa de parceiros do YouTube; e deixar de aparecer na página inicial da plataforma de vídeos e nos vídeos sugeridos.

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