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Atos pró-Bolsonaro são mais citados na web do que protestos pela educação

Manifestantes contra os cortes na Educação tomaram a avenida Paulista, em São Paulo, no dia 15 - Eduardo Anizelli/Folhapress
Manifestantes contra os cortes na Educação tomaram a avenida Paulista, em São Paulo, no dia 15
Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress
do UOL

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

26/05/2019 04h00

As manifestações de apoio ao governo Jair Bolsonaro (PSL) marcadas para hoje foram muito mais comentadas nas redes sociais do que os atos realizados no último dia 15 contra os cortes na educação, comparando-se as vésperas de ambas as mobilizações, de acordo com o Torabit, plataforma de inteligência de dados. O levantamento foi obtido pelo UOL com exclusividade.

O Torabit identificou 27 mil menções aos atos contra os cortes na educação entre os dias 10 e 14 deste mês. Isto representa apenas pouco mais de 10% das 250 mil menções pró-governo analisadas pela plataforma entre o dia 20 e a manhã do dia 24.

A análise leva em consideração os comentários e discussões feitos no Twitter, no Facebook, Instagram, YouTube e Medium, além de blogs e sites, e exclui as mensagens postadas por robôs.

O monitoramento revela a criação de duas bolhas -- contra e a favor do governo -- agindo nos diferentes períodos. "Elas só se interessaram pela convocação de seus eventos e não pela discussão. Dado este que reflete o fato de as duas manifestações terem uma maioria esmagadora de menções a favor. No caso dos cortes, 96% das menções foram a favor. No caso do apoio às reformas, 94% de menções são favoráveis", afirma o levantamento do Torabit.

As discussões sobre os atos de hoje

As referências às manifestações de hoje cresceram na última terça-feira (21), quando o tema entrou de vez na pauta nacional. Os homens formaram a maioria (60,2%) das menções a favor do governo. Os seguidores do presidente procuraram reforçar pautas da manifestação que se distanciassem das motivações iniciais, que poderiam ser classificadas como autoritárias ou golpistas, como o fechamento do Congresso e do STF.

O fato de Bolsonaro ter negado que participaria das manifestações e as declarações contrárias aos atos feitas por influenciadores da direita, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), também movimentaram as redes no início da semana.

A defesa do presidente, a reforma da Previdência e pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, foram os assuntos mais citados entre os defensores dos atos de hoje. As críticas a Bolsonaro predominam entre as menções contrárias às manifestações.

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As menções aos protestos do dia 15

Ao contrário dos atos de hoje, as referências às manifestações pela Educação só cresceram na internet no próprio dia 15, com mais de 512 mil comentários capturados na data. No dia seguinte, o tema ainda teve uma repercussão considerável, com mais de 132 mil menções. As mulheres foram responsáveis pela maioria (57%) das menções a estes atos.

A tag #TsunamiDaEducação foi a mais usada no apoio às manifestações e ficou no topo dos trending topics do Twitter das 9h às 19h do dia 15. A hashtag #BrasilComWeintraub, de apoio ao ministro da Educação, ocupou a liderança em seguida. Tags como #TodosPelaEducação, #NaRuaPelaEducação e #ForaBolsonaro também apareceram entre os assuntos mais citados na rede na ocasião.

Entre os defensores dos atos, o assunto mais citado foi "críticas a bolsonaro", seguido por "cortes" e a fala do presidente no dia, em que chamou os manifestantes de "idiotas úteis". Os críticos tentaram usar o argumento de que as manifestações não eram apartidárias, Os assuntos principais de suas menções foram "manifestação ideológica" e "Lula Livre".

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