Atos pró-Bolsonaro testam apoio ao governo
Segundo o portal G1, ao fim da manhã, ao menos 12 estados e o Distrito Federal já registravam manifestações, com participantes levando bandeiras do Brasil e frases de apoio ao governo Bolsonaro e suas propostas.
No Rio de Janeiro, manifestantes se reuniram na Avenida Atlântica e na Orla de Copacabana. Em Brasília, houve contrações diante do Museu da República e do Congresso Nacional, onde segundo a polícia, ao menos 10 mil pessoas estavam presentes no fim da manhã.
Também foram registados atos em cidades como Salvador, Belo Horizonte, Belém, São Luís, Maceió, Campinas e Sorocaba. Na capital paulista, uma manifestação está marcada para o início da tarde na Avenida Paulista.
Inicialmente convocados contra o Supremo Tribunal federal (STF), os atos deste domingo ganharam força após os protestos contra o corte de recursos da educação, no último dia 15 de maio, que reuniram milhares de pessoas pelo país na primeira grande manifestação contra o governo Bolsonaro.
Além de pautas radicais, como o fechamento do STF e do Congresso, grupos pró-Bolsonaro também convocaram os atos como manifestações de apoio ao combate à corrupção e à Lava Jato; ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro; e à reforma da Previdência. Entre os grupos por trás dos atos estão Ativistas Independentes, Movimento Avança Brasil, Direita São Paulo e Brasil Conservador.
As convocações foram questionadas por alguns membros do próprio PSL e de movimentos de direita. A deputada federal Janaina Paschoal, do PSL, afirmou que "não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações". "Essas manifestações não têm racionalidade", escreveu no Twitter.
"Isso [fechamento do Congresso e do STF] é coisa de revolucionário. Quem é liberal e conservador defende a separação dos Poderes, e não o fechamento dos Poderes", disse Kim Kataguiri, deputado federal pelo DEM e um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
O MBL e outros movimentos de direita, como o Vem pra Rua, não aderiram às convocações, e o PSL também não declarou apoio formal.
O próprio Bolsonaro se distanciou dos atos e desistiu de participar, afirmando se tratar de uma manifestação espontânea. Neste domingo, no entanto, o presidente compartilhou no Twitter vídeos de manifestações a seu favor, um deles no metrô de Copacabana, em que pessoas vestidas de verde e amarelo gritam: "A nossa bandeira jamais será vermelha."
Analistas afirmam que as manifestações devem servir de termômetro para medir o apoio a Bolsonaro. Para Sérgio Praça, professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os atos são uma estratégia arriscada dos apoiadores do presidente.
"Ele não tem muito a ganhar e se [a manifestação] for pequena, ela mostraria a fraqueza do governo", disse à agência de notícias AP.
LPF/ap/ots
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