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Trump cogita colocar ultraconservador à frente do sistema migratório dos EUA

24/05/2019 21h58

Washington, 24 mai (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando nomear o ultraconservador Ken Cuccinelli para a direção da agência encarregada de tramitar o sistema migratório legal do país, segundo informou nesta sexta-feira o jornal "The Washington Post".

Cuccinelli substituiria L. Francis Cissna, um funcionário de carreira com ampla experiência em direito migratório, como diretor do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS, na sigla em inglês).

Cissna sobreviveu ao recente expurgo dentro do Departamento de Segurança Nacional (DHS, em inglês) apesar de assessores próximos ao presidente, Donald Trump, terem pressionado pela sua saída, segundo o jornal da capital americana.

No entanto, Cissna recebeu então o apoio de diversos senadores republicanos que convenceram Trump para que o mantivesse no cargo.

Cuccinelli, por sua vez, foi procurador-geral do estado de Virgínia entre 2010 e 2014, quando perdeu por uma pequena margem as eleições para governador contra o democrata Terry McAuliffe.

Em 2014, Cuccinelli impulsionou uma onda de candidatos conservadores nas primárias republicanas para desafiar o poder do aparelho do partido, o que lhe custou a inimizade do líder do Senado, Mitch McConnell, e de outros legisladores.

De fato, quando Cuccinelli foi apontado como possível secretário do DHS, McConnell manifestou sua oposição à Casa Branca.

"Expressei minha, deveria dizer, falta de entusiasmo por um deles (candidatos a secretário), Ken Cuccinelli", declarou a jornalistas McConnell, cujo apoio é necessário para confirmar as nomeações da Casa Branca no Senado.

Trump apresentou na semana passada um plano de reforma do sistema legal de imigração no qual está trabalhando há meses o seu genro, Jared Kushner.

O plano inclui mudanças no sistema de asilo para admitir apenas reivindicações "legítimas" e um sistema de pontos para conceder mais vistos de residência com base no mérito profissional e menos pelos laços familiares dos imigrantes.

"Daremos mais pontos por ser um trabalhador jovem, ter um conhecimento valioso e uma oferta de emprego e uma educação avançada, ou um plano para criar empregos" nos Estados Unidos, além de transformar o nível de inglês e o "civismo" em dois requisitos indispensáveis, explicou então Trump.

O plano pretende aumentar do 12% atual para 57% a proporção de imigrantes que obtêm a residência permanente devido ao seu talento, seus estudos ou seu trabalho, enquanto quer reduzir de 66% para 33% as dos que conseguem esse status por laços familiares.

Além disso, busca reduzir do 22% atual a 10% o volume de pessoas que obtêm o "green card" por razões humanitárias ou de promoção da diversidade. EFE

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