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Embaixador americano na China faz visita incomum ao Tibete

20/05/2019 06h30

Pequim, 20 Mai 2019 (AFP) - O embaixador dos Estados Unidos na China visita esta semana o Tibete, algo inédito em quatro anos, pois o acesso à região é controlado com grande rigor para os diplomatas e jornalistas estrangeiros.

A visita de Terry Branstad acontece dois meses depois da publicação de um relatório pelo Departamento de Estado americano que afirmava que Pequim obstrui "sistematicamente" o acesso às zonas de assentamento tibetano.

Branstad pretende ficar de domingo 19 até sábado 25 de maio na província de Qinghai (noroeste), onde vivem muitos tibetanos, e na região autônoma do Tibete (oeste), informou à AFP uma fonte da embaixada dos Estados Unidos.

"Esta visita é uma oportunidade para que o embaixador converse com os líderes locais e aborde preocupações de longa data sobre as restrições à liberdade de culto e à preservação da cultura e língua tibetanas", afirmou a porta-voz.

"O embaixador celebra esta oportunidade para visitar a região autônoma do Tibete e estimula as autoridades a proporcionar acesso à região a todos os cidadãos americanos", completou.

Terry Branstad terá encontros oficiais e visitará escolas e áreas do patrimônio religioso e cultural.

A visita acontece em um momento de tensão entre China e Estados Unidos, com a intensificação da guerra comercial.

O antecessor de Branstad como embaixador dos Estados Unidos na China, Max Baucus, visitou a região autônoma em maio de 2015.

Para visitar o Tibete, os estrangeiros precisam de uma permissão especial. Para os turistas que já possuem visto para a China, em geral não há dificuldade para obter a autorização.

Mas os diplomatas dificilmente recebem a autorização, muito menos os jornalistas.

As autoridades chinesas justificam oficialmente as restrições pela vontade de proteger os visitantes das duras condições climáticas na região do Himalaia, onde a falta de oxigênio provocada pela altitude pode provocar dores de cabeça e vômitos.

As organizações internacionais de defesa dos direitos humanos acusam a China de reprimir a religião, a cultura e qualquer tentativa de separatismo do Tibete. Pequim afirma que protege a liberdade de crença religiosa na região e que fez grandes investimentos para modernizar a região e aumentar o nível de vida.

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