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Índia encerra eleições gerais que começaram em abril e aguarda resultados

19/05/2019 10h01

David Asta Alares.

Varanasi (Índia), 19 mai (EFE).- Dezenas de milhões de indianos foram neste domingo às urnas pela última vez desde que as eleições gerais começaram no último dia 11 de abril, como parte da sétima fase dos pleitos que determinarão quem governará a nação asiática durante os próximos cinco anos.

A cidade de Varanasi, no norte da Índia e a mais sagrada para o hinduísmo, foi um dos focos de atenção de uma jornada na qual cerca de 113.000 colégios eleitorais abriram suas portas às 7h (horário local, 22h30 de sábado em Brasília) em oito regiões.

Pouco mais de 100 milhões de eleitores estavam convocados hoje às urnas do total de 900 milhões, que foram votando de forma escalonada no último mês e meio.

O primeiro-ministro, Narendra Modi, pretende continuar no posto e desponta como o candidato favorito tanto em nível nacional como na cidade milenar, onde os hindus acreditam que a morte rompe o círculo de reencarnações e se alcança a libertação.

"Hoje é a última fase das eleições para a Lok Sabha 2019, peço a todos os que votam nesta fase que o façam em número recorde. O voto de vocês dará forma à trajetória de desenvolvimento da Índia nos próximos anos", disse o dirigente, do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP).

Modi amanheceu hoje em uma caverna do estado nortista de Uttarakhand, na qual passou a noite meditando envolvido em uma roupagem laranja a quase mil quilômetros de distância de Varanasi.

Na cidade sagrada, onde o primeiro-ministro venceu de forma arrasadora em 2014, alguns eleitores como Tara Chand, de 61 anos, têm fé em Modi.

"Desta vez Modi vai ganhar em Varanasi e também no resto da Índia porque não há ninguém que tenha trabalhado como ele. Gosto do que fez porque trabalhou muito no desenvolvimento de todo o país, na limpeza e construiu muitas estradas boas", disse Chand à Agência Efe.

Por sua parte, o estreante em eleições Koshik, de 19 anos, comentou que "o ganhador será o candidato que dê poder ao povo, que trabalhe para os pobres e tente repartir o crescimento entre todas as pessoas, todas as comunidades e todas as religiões".

"Há 50% de possibilidades de que ganhe o BJP ou o Congresso", o histórico partido da dinastia Nehru-Gandhi, ressaltou à Efe Manish, de 40 anos, ao mesmo tempo em que debatia os méritos de cada candidato em uma pequena loja de chá, a verdadeira arena política dos moradores de Varanasi.

Aproximadamente um de cada seis eleitores é muçulmano na cidade, um fato patente em alguns bairros pela indumentária dos eleitores e por ser uma das poucas áreas onde tremulam as bandeirolas do histórico Partido do Congresso.

Liderada por Rahul Gandhi, a legenda opositora tentar voltar ao poder após perder as eleições de 2014 e prometeu conseguir uma virada graças às alianças com as formações regionais.

Rahul Gandhi recorreu hoje ao Twitter para estimular a votação e aproveitou para "agradecer às mães e irmãs que exerceram um papel-chave nestas eleições, não só como candidatas, mas também como eleitoras comprometidas cujas vozes devem ser escutadas".

Os colégios eleitorais fecharam suas portas às 17h (8h30) em várias regiões da metade norte do país, entre elas várias circunscrições do estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia com quase 200 milhões de moradores e 80 assentos na Lok Sabha, a Câmara Baixa do parlamento indiano.

Nesta última fase, que registrou 61% de participação, segundo dados da Comissão Eleitoral, são definidas 59 das 543 cadeiras do parlamento.

Sob a fórmula de regime parlamentar, na Índia uma força política precisa somar o apoio de uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamentares, para poder formar governo.

Os resultados definitivos dos pleitos serão divulgados na próxima quinta-feira, 23 de maio. EFE

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