Guardiões da Revolução advertem EUA: "Irã não busca guerra, mas não a teme"
Teerã, 19 mai (EFE).- O comandante-em-chefe dos Guardiões da Revolução, Hossein Salami, afirmou neste domingo que o Irã não teme uma guerra, mas os Estados Unidos sim, ao mesmo tempo em que advertiu que o Oriente Médio pode se transformar em um "barril de pólvora" para Washington.
"Nós não buscamos a guerra, mas também não a tememos. Esta é a diferença para eles (os americanos), que têm medo da guerra e não têm disposição para ela", ressaltou Salami em discurso durante uma cerimônia militar divulgado pela emissora televisão estatal.
Salami alertou que, quando a ameaça é distante, as forças iranianas planejam apenas uma resposta em nível estratégico, mas "quando se aproxima", também se preparam "nos níveis operacionais".
Washington decidiu enviar ao golfo Pérsico a doca de transporte anfíbio USS Arlington, o porta-aviões USS Abraham Lincoln e caças-bombardeiros, além de ter designado os Guardiões da Revolução como grupo terrorista no mês passado.
A tensão aumentou na última semana após a sabotagem contra quatro petroleiros em um porto emiratense e os ataques com drones a um oleoduto saudita - Riad acusou o Irã de ter encomendado esta ação aos rebeldes houthis do Iêmen.
A esse respeito, Salami destacou o temor de Washington e de seus aliados aos "ataques de grupos de resistência" e ao crescente número de jovens muçulmanos que "anseiam por uma batalha contra EUA e Israel".
"A filosofia dos americanos é saquear nações e abrir o caminho para a escravidão moderna e o domínio unilateral, e essa filosofia política gera guerra, não poder", ressaltou.
Apesar de toda esta retórica, a maioria das autoridades iranianas descartou uma guerra com os EUA, desde o líder supremo, Ali Khamenei até o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.
Do lado americano, surgiram rumores de que o presidente Donald Trump está frustrado com alguns dos seus assessores partidários da linha dura contra o Irã porque acredita que os EUA estão se precipitando para uma postura beligerante demais, mas o próprio governante os negou.
No entanto, Trump assegurou que não busca uma guerra e que está disposto a negociar com os líderes iranianos, mas Teerã por enquanto descarta, pelo menos publicamente, essa opção. EFE
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