Carlos Ghosn paga nova fiança milionária e deixa centro de detenção em Tóquio
O ex-presidente da Renault-Nissan Carlos Ghosn saiu da prisão no centro de Tóquio nesta quinta-feira (25), após o pagamento de fiança. O franco-líbano-brasileiro é acusado de fraude fiscal e estava detido desde 4 de abril. Desde novembro de 2018, esta foi a segunda prisão do executivo no Japão.
O tribunal de Tóquio autorizou a libertação de Ghosn após o pagamento de uma fiança de 500 milhões de ienes (o equivalente a quase R$ 18 milhões). O executivo saiu da prisão às 22h20 pelo horário local (10h20 em Brasília), cercado de guardas, diante das câmeras da imprensa.
O franco-líbano-brasileiro estava na cadeia desde o começo de abril, após ter sido colocado em liberdade em março, enquanto esperava o processo. Na época, ele já havia desembolsado um bilhão de ienes para obter o direito de deixar o centro de detenção de Kosuge (norte de Tóquio), após 108 dias de prisão.
O executivo, que já foi presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, é alvo de quatro denúncias por malversação financeira, incluindo sonegação de impostos. Em duas delas, ele é acusdo de não declarar todos os rendimentos entre 2010 e 2018, segundo documentos que a Nissan entregou às autoridades financeiras japonesas. Ele também foi denunciado por abuso de confiança, pela tentativa de fazer a Nissan compensar as perdas em seus investimentos pessoais durante a crise financeira de 2008.
Ghosn diz ser vítima de complô
Desde que foi preso pela primeira vez, Ghosn afirma ser vítima de "perseguição judicial". Ele clama sua inocência e denuncia um "complô" organizado pela Nissan.
Em um vídeo recente, gravado na véspera de sua segunda prisão, em 4 de abril, mas publicado alguns dias depois, o executivo insistiu na ideia de uma armadilha preparada pelos líderes do grupo japonês para precipitar sua queda e interromper o processo de fusão com a Renault.
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