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Montagem falsifica imagem e coloca fuzil ao lado da ex-presidente Dilma

Imagem à esquerda foi modificada para colocar arma perto da ex-presidente - Arte UOL/Zardo-10.out.1988/Agência RBS
Imagem à esquerda foi modificada para colocar arma perto da ex-presidente Imagem: Arte UOL/Zardo-10.out.1988/Agência RBS
do UOL

Anita Grando Martins

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

23/04/2019 12h01

Uma imagem de 1988 da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sentada a uma mesa cheia de papéis, com um fuzil encostado na parede atrás dela, está novamente circulando pelas redes sociais. Em 2013, durante o governo de Dilma e a pré-campanha para as eleições do ano seguinte, a foto já havia sido divulgada.

Desta vez, a postagem vem com o texto: "Um dos retratos que o PT tenta esconder, não quer que apareça de forma alguma… Dilma jovem já terrorista, atrás dela, encostado na parede, um fuzil automático leve (FAL - calibre 7.62) roubado do Exército Brasileiro! Essa é a mãe do povo, como deseja ser chamada".

FALSO: Foto de Dilma com fuzil no fundo é montagem

A imagem de um fuzil foi colocada artificialmente na fotografia que mostra Dilma no que parece um escritório ou reunião.

A fotografia original já havia sido em uma reportagem do UOL sobre a trajetória da ex-presidente. Na legenda, constavam a data do registro (10 de outubro de 1988), a informação de que havia sido feito quando Dilma exerceu seu primeiro cargo em poder Executivo, como secretária municipal da Fazenda em Porto Alegre, na gestão de Alceu Collares (PDT), e o crédito (Zardo/Agência RBS).

A assessoria de imprensa da ex-presidente também negou a veracidade da imagem. "É uma mentira, uma montagem grosseira", disse um de seus assessores, que confirmou a circunstância em que a referida foto foi feita e enviou outra do mesmo momento, mas de um ângulo diferente.

Ex-presidente treinou tiro e fazia jornais clandestinos

O assessor ainda afirmou que Dilma não participou de nenhuma ação armada na época da ditadura. Há diferentes relatos de que a ex-presidente realmente não chegou a pegar em armas. Mas sabe-se que foi treinada para tal, como descrito no livro "Mulheres que Foram à Luta Armada" e confirmado por Dilma em diversas entrevistas.

Entre 1970 e 1972, ela ficou presa, acusada de subversão, e foi submetida a torturas. Dilma fez parte das organizações Comando de Libertação Nacional, Vanguarda Popular Revolucionária e Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares, que defendiam a luta armada como forma de derrubar a ditadura.

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