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Justiça de Mianmar rejeita última apelação de jornalistas condenados

23/04/2019 01h46

Rangun (Mianmar), 23 abr (EFE).- O Supremo Tribunal de Mianmar rejeitou nesta terça-feira o último recurso de apelação apresentado pelos jornalistas da agência "Reuters", Wa Lone e Kyaw Soe Oo, e manteve a condenação de sete anos de prisão imposta em setembro do ano passado.

Fontes judiciais e a esposa de Wa Lone confirmaram à Agência Efe a decisão da máxima instância judicial do país, com sede em Naypyidaw, capital do país, e que deixa a sentença de culpabilidade fixada definitivamente.

Os repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram presos em dezembro de 2017, em Rangun, a principal cidade de Mianmar, quando investigavam o massacre por parte do exército de 10 rohingyas na aldeia de Inn Dinn, no estado de Arakan, no oeste do país.

Os jornalistas foram condenados, em setembro de 2018, a sete anos de prisão pela violação da Lei de Segredos Oficiais, uma norma que remonta aos tempos coloniais britânicos.

Eles mantêm sua inocência e asseguram que foram vítimas de uma armadilha, que coincide com o depoimento do capitão da polícia, Moe Yan Naing, que em abril declarou que uma posição superior havia ordenado que ele e outros subordinados oferecessem documentos secretos a Wa Lone como uma isca.

O massacre de Inn Dinn que estava sendo investigado pelos repórteres ocorreram dentro de uma brutal operação do Exército de Mianmar contra a população rohingya, em agosto de 2017, como resposta a uma série de ataques de um grupo insurgente da mesma etnia contra 30 postos fronteiriços.

A investigação de Wa Lone e Kyaw Soe Oo provocou a condenação de sete soldados, em abril de 2018, a dez anos de prisão pelo massacre, o único abuso reconhecido pelas autoridades de Mianmar. EFE

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