Em resposta às sanções dos EUA, Irã diz que continuará exportando petróleo
Teerã, 22 abr (EFE).- O governo do Irã afirmou nesta segunda-feira que continuará exportando petróleo para outros países do mundo em resposta às novas sanções aplicadas pelos Estados Unidos, além de ameaçar bloquear o Estreito de Ormuz, de grande importância estratégica para a região do Golfo Pérsico.
Os EUA anunciaram hoje que não renovarão as isenções concedidas a oito países para que ficassem livres das sanções sobre a compra de petróleo do Irã. Entre eles estão China, Turquia e Índia, três dos principais importadores do produto iraniano.
"As exportações de petróleo do Irã não serão reduzidas a zero sob nenhuma circunstância, a menos que as autoridades iranianas decidam detê-las", afirmou uma fonte do Ministério do Petróleo do Irã, sob condição de anonimato, à agência "Tasnim".
O Irã já analisou os cenários possíveis após a aplicação das sanções pelos EUA e tomará, segundo a fonte ouvida pela "Tasnim", as medidas necessárias para seguir com as exportações.
"O mercado internacional precisa do petróleo iraniano e a República Islâmica tem muitas opções para vender o petróleo", disse o funcionário do governo do país, que lembrou que o Irã também tem experiência em contornar as sanções aplicadas pelos americanos.
Para responder aos temores diante de uma alta do preço do petróleo, o governo dos EUA afirmou que coordenará com a Arábia Saudita e com os Emirados Árabes Unidos para que haja um aumento de produção nos dois países, estabilizando a oferta no mercado.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a decisão foi tomada para ampliar a "campanha de pressão" sobre o Irã, mas que tudo será feito de um "modo calibrado" para permitir que o mercado global de petróleo siga "bem abastecido".
Os EUA determinaram a aplicação de novas sanções ao Irã em agosto e em novembro do ano passado após deixar de forma unilateral o acordo nuclear assinado em 2015. As medidas afetavam principalmente o setor energético e bancário.
Como resposta ao anúncio de hoje, o Irã também ameaçou interromper os embarques de petróleo dos países do Golfo Pérsico que passam pelo Estreito de Ormuz. Passam pela região cerca de 20% dos barris produzidos diariamente no mundo.
O comandante da Força Naval da Guarda Revolucionária, Alireza Tangsiri, afirmou que o Estreito de Ormuz é um caminho marítimo que será fechado caso os navios iranianos não possam cruzá-lo.
As receitas obtidas com a venda de petróleo são vitais para a economia do Irã, que sofre há mais de um ano com uma forte crise marcada pela alta da inflação e a desvalorização da moeda local.
As exportações de petróleo do Irã caíram para 800 mil barris diários depois das sanções. Antes, o país vendia cerca de 2,5 milhões de barris ao mercado internacional diariamente. EFE
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