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Sri Lanka: 4 mil cristãos morreram em 2018 pelo mundo

21/04/2019 18h03

ROMA, 21 ABR (ANSA) - O Sri Lanka foi devastado neste domingo (21) por uma série de atentados coordenados que deixaram 207 mortos, sendo 36 estrangeiros, e 450 feridos, em um episódio que já é considerado um dos mais sangrentos dos últimos anos contra a comunidade cristã do país. Após décadas de conflitos internos entre governo e separatistas tâmeis, o país chegou a viver um período de paz até este domingo, quando explosões simultâneas atingiram igrejas e hotéis.   

Na capital, Colombo, duas igrejas, um conjunto residencial e três hotéis, incluindo os luxuosos Shangri-La e o Cinnamon Grand Hotel, foram alvos dos atentados. Outras explosões ocorreram em igrejas das cidades de Batticaloa e Negombo. Entre as vítimas, foram identificados "vários" cidadãos norte-americanos, cinco britânicos, três dinamarqueses, um holandês, dois turcos, um chinês e um português.   

Sem que nenhum grupo terrorista tenha reivindicado o ataque, o Ministério da Defesa do Sri Lanka anunciou ter "identificado os responsáveis". A maioria das explosões foi cometida por suicidas, mas 13 pessoas foram presas até o momento sob suspeita de ligação com a tragédia. Os atentados foram condenados pela comunidade internacional, desde os países do Golfo, até a Rússia, Nova Zelândia, Estados Unidos, União Europeia e Brasil.   

O papa Francisco, que hoje presidiu uma benção e uma missa de Páscoa no Vaticano, lamentou os ataques, chamando-os de uma "violência cruel". Antigo Ceilão, o Sri Lanka se tornou colônia britânica em 1815, após estar sob controle português (1505-1656) e holandês (1656-1796). O último rei cingalês reinou de 1798 a 1815. A ilha obteve independência do Reino Unido em 1948.   

No Sri Lanka, os cristãos representam apenas 7% da população, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas, 15% e os muçulmanos, 11%. Relatório - A tragédia no Sri Lanka entrou para as estatísticas como uma das mais sangrentas dos últimos anos contra cristãos.   

Foi pior que o atentado na Sexta-Feira Santa, no Quênia, em 2015, quando um comando armado matou 147 pessoas. No Paquistão, em 28 de março de 2016, outras 72 pessoas morreram em Lahore. Na Nigéria, em 2012, os terroristas do grupo Boko Haram também executaram 50 pessoas.   

De acordo com dados de um relatório sobre perseguições a cristãos no mundo, o "World Watch List" do movimento "Portas Abertas", em 2018 foram mortos 4.305 cristãos pelo mundo, mais do que em 2017, quando o número foi de 3.066. A maior parte das mortes foi registrada na Nigéria. Dos 150 países monitorados pelo movimento, foi constatado um nível alto de perseguição a cristãos em 73 deles. No ranking de risco, o Sri Lanka ocupa a 46ª posição. A Coreia do Norte ficou no primeiro lugar, onde calcula-se que de 50 a 70 mil cristãos tenham sido detidos por motivos de fé e sejam mantidos em campos de trabalho forçado. O Afeganistão ficou em segundo lugar, seguido pela Somália (3º) e Líbia (4º).   

Na Ásia, incluindo o Oriente Médio, um a cada três cristãos é considerado perseguido. (ANSA)
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