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Ataque em ministério interrompe calmaria no Afeganistão e mata 7

20/04/2019 13h25

Por Abdul Qadir Sediqi e Rupam Jain

CABUL (Reuters) - Ao menos sete pessoas morreram neste sábado num ataque ao Ministério das Comunicações do Afeganistão, na capital Cabul, em ato que interrompeu meses de calmaria na cidade e realçou as ameaças de segurança que ainda fazem parte do cotidiano do país, apesar dos esforços para um acordo de paz com o Talibã.

    O ataque começou pouco antes do meio-dia, quando um homem-bomba detonou explosivos na entrada do edifício que abriga o ministério, em uma região comercial da cidade. Logo depois, foram ouvidos tiros.

    Entre os mortos estão quatro civis e três policias. Outros oito civis ficaram feridos, de acordo com uma fonte do governo.

    "Vimos um homem armado tentando abrir um escritório e, enquanto fugíamos, ele tentou nos alvejar, gritando: Eu vou matar todos", disse Syeda Rashid, que trabalha no ministério e escapou com vários colegas. Ela disse que pelo menos seis mulheres ficaram feridas.

    Imagens televisivas mostraram pessoas fugindo após o tiroteio e as explosões começarem a serem ouvidas na torre estatal de 18 andares.

    A área ao redor do edifício foi isolada pela polícia, e pelo menos três militantes entraram em confronto com as forças de segurança por horas após o ataque acabar, no fim da tarde, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi.

    A pasta informou que mais de 2.800 funcionários do Ministério das Comunicações e da Tecnologia da Informação e do Ministério da Informação e Cultura foram retirados do local.

    Várias crianças e funcionários de uma creche localizada no ministério também deixaram o lugar em segurança.

    A explosão ocorreu nas proximidades do hotel Serena, uma das poucas hospedagens de Cabul usadas por estrangeiros.

    A operação marcou o retorno dos ataques em centros urbanos, que mataram centenas de pessoas em Cabul e em outras regiões da nação nos últimos anos.

    Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas o Talibã emitiu comunicado negando qualquer envolvimento. Muitos atos do tipo foram assumidamente feitos no passado pelo Estado Islâmico.

    Antes do ataque deste sábado, Cabul vivia tempos relativamente calmos depois que autoridades norte-americanas realizaram uma série de encontros com representantes do Talibã para tentar estabelecer as diretrizes de um acordo de paz, que encerraria mais de 17 anos de guerra.

    O ataque, ocorrido poucos dias após um encontro entre representantes do Talibã e políticos afegãos ter sido cancelado, realçou as dificuldades na obtenção do acordo de paz.

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