Alemanha mantém viva tradição de marchas de Páscoa pela paz
"Nos próximos anos, os gastos armamentistas deverão subir para até 70 bilhões de euros, quando esse dinheiro é urgentemente necessário em muitos outros lugares", comentou Philipp Ingenleuf da rede pacifista alemã Netzwerk Friedenskooperative.
Ele citou como exemplos os setores da educação, construção de moradias e proteção climática, em que a verba poderia ser "investida de modo muito mais sensato". Segundo a organização, este ano estão planejados mais de 100 eventos por todo o país – um incremento em relação aos cerca de 80 em 2018.
A partida para a marcha pela paz de três dias na região dos rios Reno e Ruhr, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, foi dada na cidade de Duisburg, com cerca de 150 participantes, e em Colônia, com 200. Na Sexta-Feira Santa, mais de 300 protestaram diante da usina de enriquecimento de urânio em Gronau, no mesmo estado, enquanto centenas tomaram as ruas de Chemnitz, Saxônia.
Houve também comícios na base aérea da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) de Jagel, no estado de Schleswig-Holstein; em Bruchköbel, Hesse; e Biberach, em Baden-Württemberg. Em Dortmund, uma cerimônia comemorativa realizou-se no memorial de Bittermark, dedicado a cerca de 230 trabalhadores forçados, prisioneiros de guerra e membros da Resistência mortos pela Gestapo por volta da Páscoa de 1945.
No sábado, as manifestações se estenderam a Berlim, Munique, Stuttgart e Leipzig, entre outros locais. Passeatas em Frankfurt e Hamburgo, na segunda-feira, concluirão os eventos do feriado prolongado.
Inspiradas por protestos contra uma instalação de pesquisa de armas nucleares no Reino Unido, as marchas antiguerra de Páscoa iniciaram-se na Alemanha em 1958, com uma manifestação em Hamburgo. Os eventos alcançaram um pico de participação entre 1968 e 1983, quando levaram centenas de milhares às ruas da Alemanha Ocidental, a cada ano, para protestar contra políticas como o envolvimento militar de Washington no Vietnam e a corrida armamentista nuclear.
AV/afp,kna
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