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Irmãs alegam fugir de violência na Arábia Saudita e pedem asilo na Geórgia

19/04/2019 11h20

Tbilisi, 10 abr (EFE).- Duas irmãs sauditas que alegam ter fugido da Arábia Saudita devido a humilhações sofridas por serem mulheres, decidiram nesta sexta-feira iniciar os trâmites para a solicitação de asilo na Geórgia, onde ficaram presas devido ao cancelamento de seus passaportes por parte do governo do país de origem.

"Não podíamos continuar vivendo na Arábia Saudita, já que os direitos das mulheres não são respeitados. Nos acostumamos com a violência e o assédio. A cada dia, enfrentávamos violência. Isto nos privou da alegria de viver", comentou Maha al-Subaie, de 28 anos, na conta "GeorgiaSisters" no Twitter.

As irmãs denunciaram que as jovens sauditas não têm direito à educação, não podem usar a internet e são obrigadas a se casar muito jovens.

"Se nos encontrarem, nos matarão", afirmaram as irmãs, que aparecem com os rostos descobertos e temem que seu pais e seus irmãos viajem para a Geórgia para buscá-las.

O Ministério do Interior da Geórgia informou à Agência Efe que Wafa al-Subaie, de 25 anos, e sua irmã Maha estão no centro de recepção de refugiados do Departamento de Migração.

"Os funcionários do departamento propuseram ajuda para garantir sua segurança. Elas aceitaram realizar os trâmites necessários para receber o status de solicitante de refúgio", disse uma fonte do ministério.

Um dia antes, os funcionários dos órgãos de migração se reuniram com as irmãs depois da divulgação, no Twitter, de um vídeo no qual pediam apoio da ONU e de algum país que pudesse protegê-las.

No entanto, as duas mulheres declararam não se sentirem seguras na Geórgia, já que há isenção de vistos entre o país e a Arábia Saudita.

O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) disse que "acompanha de perto a situação das duas irmãs sauditas", mas evitou fazer mais comentários "para respeitar a confidencialidade e proteger os dados pessoais" de ambas. EFE

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