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Mexicano liderou assalto à embaixada norte-coreana em Madri e avisou FBI

26/03/2019 16h01

(Atualiza com mais dados).

Madri, 26 mar (EFE).- O cidadão mexicano Adrián Hong Chang, residente nos Estados Unidos, liderou o grupo de 10 pessoas que assaltou a embaixada da Coreia do Norte em Madri em 22 de fevereiro e avisou sobre sua ação ao FBI em Nova York com o objetivo de repassar o material audiovisual que supostamente obteve no crime, segundo consta em uma ordem judicial.

A informação aparece na causa aberta pelo juiz da Audiência Nacional espanhola, José María de la Mata, que nesta terça-feira decidiu suspender o segredo de justiça e ditou duas ordens de busca e captura internacional contra os supostos responsáveis pelo assalto, segundo indicaram hoje à Agência Efe fontes policiais, sem revelar a identidade dos indivíduos procurados.

Os fatos foram revelados na Espanha em 27 de fevereiro, quando o jornal "El Confidencial" publicou que um grupo de pessoas tinha assaltado a embaixada norte-coreana em Madri e roubado vários equipamentos informáticos, fatos que foram confirmados pela polícia espanhola, embora a representação diplomática não tenha apresentado nenhuma denúncia.

Para essa operação, o líder do grupo usou documentação com sua foto associada a duas identidades falsas em nome de Oswaldo Trump e Matthew Chao, segundo o auto judicial desta terça-feira.

Após o assalto, no qual também foram identificados como responsáveis o americano Sam Ryu e o sul-coreano Woo Ran Lee, Hong Chang viajou para Lisboa, onde tomou um voo que chegou a Nova Jersey em 23 de fevereiro e, quatro dias depois, viajou a Nova York e contatou o FBI, segundo explicou o juiz espanhol.

Ainda de acordo com a ordem, o suposto líder do assalto se apresentou na embaixada norte-coreana durante a tarde de 22 de fevereiro e pediu para se encontrar com o encarregado de negócios, que havia conhecido em uma visita anterior na qual se passou por um empresário.

Aproveitando uma distração, abriu caminho para o resto do grupo que aguardava do lado de fora e então "começaram a agredir os funcionários usando facas, facões, barras de ferro e armas curtas, até que conseguiram rendê-los e algemá-los".

Uma das pessoas que foi rendida conseguiu escapar e pedir ajuda à polícia.

Com a chegada da polícia, o próprio Hong Chang, que se apresentou como um alto representante de seu país, declarou aos agentes que não havia nenhum problema.

Após 60 minutos na sala de reuniões, três assaltantes levaram o encarregado de negócios ao porão e o incitaram a desertar da Coreia do Norte, "identificando-se como membros de uma associação ou movimento de direitos humanos para a libertação da Coreia do Norte", mas o funcionário se negou e voltou a ser amarrado.

Os assaltantes se apoderaram de diversos pen-drives, dois computadores, dois discos rígidos (um deles de armazenamento de imagens de segurança) e um telefone celular.

Além disso, os assaltantes também roubaram três veículos de propriedade da embaixada e fugiram na última hora da tarde, deixando para trás as pessoas imobilizadas.

Após o assalto, Hong Chang conseguiu chegar aos Estados Unidos no dia seguinte e entrou em contato com o FBI.

Nesse encontro, declarou que, por vontade própria, realizou o assalto junto com outras pessoas, "dando detalhes superficiais" do fato. Após o assalto, todos se dividiram em quatro grupos e se dirigiram a Portugal.

Aparentemente, antes do assalto, segundo indica o documento judicial, Hong Chang teria entrado em contato com alguém não identificado da embaixada que estaria suscetível a "desertar". EFE

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