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Príncipe Charles encontra Díaz-Canel em movimentado segundo dia em Cuba

25/03/2019 22h56

Lorena Cantó.

Havana, 25 mar (EFE).- O príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, se reuniu nesta segunda-feira em Havana com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, com quem repassou as relações bilaterais e as possibilidades de cooperar em áreas como educação, saúde e meio ambiente.

As conversas oficiais entre o príncipe de Gales e o primeiro governante cubano em cinco décadas que não tem o sobrenome Castro aconteceram durante o segundo dia no país caribenho de Charles e sua esposa Camilla, duquesa da Cornualha, os primeiros membros da família real britânica a visitar Cuba.

Como é tradição nas visitas de alta categoria, Díaz-Canel e seu convidado passaram em revista as tropas no Palácio da Revolução, sede do governo, e posteriormente se reuniram acompanhados das suas respectivas delegações.

"Durante o cordial encontro falaram sobre o positivo estado das relações bilaterais, baseadas na cooperação e no respeito mútuo. Além disso, concordaram na vontade de desenvolver os vínculos em áreas como educação, saúde, cultura, proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável", afirma a breve nota oficial publicada pelos meios de comunicação estatais.

Após o encontro, estava programada a realização de um jantar de gala oferecido por Díaz-Canel a seus hóspedes.

Na agenda de Charles e Camilla não está prevista, por outro lado, uma reunião com Raúl Castro, que, embora tenha passado há quase um ano a chefia do Estado a Díaz-Canel, permanece à frente do Partido Comunista de Cuba.

A reunião e o jantar de gala fecharam uma intensa agenda para o casal real que começou de manhã com um passeio por Havana Velha na companhia do historiador da cidade, Eusebio Leal, que lhes mostrou os pontos mais destacados do centro histórico da cidade, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1982.

Durante o passeio, que despertou grande expectativa entre os moradores e os vários turistas que visitavam a área, Charles e Camilla passearam pelas mesmas ruas empedradas que as tropas inglesas tomaram durante 11 meses entre 1762 e 1763.

Além disso, prestigiaram um concerto da reconhecida Camerata Romeu, formada apenas por mulheres, na Basílica de São Francisco de Assis, o templo que os soldados escolheram para realizar os ritos protestantes no breve período no qual Havana foi britânica.

Fora do programa oficial divulgado pelas autoridades cubanas, os príncipes visitaram o projeto comunitário Muraleando, onde assistiram a um espetáculo infantil, e também desfrutaram de uma mostra de coreografias na sede da Acosta Danza, a companhia de baile contemporâneo fundada por Carlos Acosta.

Já separadamente, o herdeiro britânico teve um encontro com representantes do chamado "cuentapropismo" cubano, o incipiente setor privado da ilha surgido após as reformas econômicas introduzidas na última década por Raúl Castro (2008-2018).

Charles também teve tempo para conhecer um ginásio de boxe e conversar com os jovens e as crianças que ali treinavam.

Por sua parte, a duquesa da Cornualha foi sozinha ao lar materno Doña Leonor Pérez, onde conversou com várias mulheres grávidas.

Como curiosidade, nas redes sociais alguns internautas cubanos lembraram que há três anos aterrissavam em Havana outros ilustres britânicos, nesse caso representantes da realeza musical: os Rolling Stones, que protagonizaram um histórico show gratuito em um país no qual há poucas décadas o rock estava proibido.

Para a terça-feira, no programa de Charles e Camilla figuram uma atividade cultural no Parque John Lennon de Havana e a cerimônia de início da construção de um parque fotovoltaico de financiamento britânico na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, o grande projeto do governo cubano para captar capital estrangeiro. EFE

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