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Organizações de direitos humanos condenam repressão do Hamas em Gaza

20/03/2019 12h22

Jerusalém, 20 mar (EFE).- A ONG internacional de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) e o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) condenaram nesta quarta-feira a violenta repressão do Hamas nos recentes protestos contra o custo de vida em Gaza.

"As forças de segurança do Hamas responderam batendo ferozmente nos manifestantes, defensores de direitos humanos e opositores", denunciou Omar Shakir, diretor para Israel e Palestina da HRW.

A organização também alertou sobre uma quantidade alarmante de detenções arbitrárias - mais de mil, segundo fontes humanitárias -, incluindo vários jornalistas.

Em relação aos trabalhadores da imprensa, o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) expressou preocupação com o tratamento recebido por profissionais que cobriram os protestos dos últimos dias.

"O aterrorizador tratamento dado aos jornalistas demonstra o desprezo do Hamas pela liberdade de imprensa", disse Ignacio Miguel Delgado, representante do Oriente Médio e do norte da África para o CPJ, que pediu às autoridades islamitas que libertem imediatamente os detidos e parem com a campanha de intimidação contra os veículos de imprensa.

Na segunda-feira, a Anistia Internacional (AI) tinha pedido uma investigação independente e acusou o Hamas de cometer as violações de direitos humanos "mais graves" em dez anos, incluindo "surras, detenções arbitrárias e torturas" a manifestantes.

A repressão aconteceu em resposta a uma série de protestos que começaram na quinta-feira contra o aumento de alguns impostos que elevou o custo de vida na Faixa de Gaza, sob controle do Hamas e bloqueio israelense desde 2007, e com grande parte da população imersa na pobreza e dependente de ajuda humanitária internacional.

O movimento social "Queremos viver" convocou as mobilizações, que se somam a campanhas nas redes sociais denominadas "A revolução dos famintos" e "Abaixo à alta de preços".

O principal foco de mal-estar é o aumento das taxas sobre os alimentos, tabaco e roupas, o que, segundo os ativistas, "está minando a vida de cidadãos em situação pobreza e desempregados".

O "Queremos viver", que não está vinculado a nenhum partido político, convocou uma greve geral para quinta e sexta-feira e pediu que a população não ceda, force o Hamas a responder às reivindicações de liberdade e dignidade e aumente a frequência dos protestos.

Além disso, este grupo informal pediu aos palestinos no exterior que se manifestem em frente às suas embaixadas contra a "opressão e perseguição sofrida pelos seus irmãos" e exigiu a imediata libertação de presos políticos detidos durante os protestos. EFE

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