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O Brasil na imprensa alemã (20/03)

20/03/2019 12h03

Ao noticiarem encontro entre Bolsonaro e Trump, jornais alemães destacam semelhanças entre ambos, importância dada pelo presidente brasileiro ao apoio do líder americano e interesse dos EUA num "eixo norte-sul".Frankfurter Allgemeine Zeitung – Trump e Bolsonaro "lado a lado", 20/03

A calorosa recepção a Bolsonaro foi mais um exemplo de como Trump apoia governantes nacionalistas de direita e autocráticos, que concordam com ele em questões como política de imigração.

Foi possível observar mais uma vez que para o presidente americano boas relações pessoais com outros chefes de Estado são mais importantes que alianças e tratados internacionais. Trump cortejou Bolsonaro, um presidente cujas posições estão ainda mais à direita que as suas próprias.

Handelsblatt – Trump e Bolsonaro fortalecem aliança entre populistas de direita, 20/03/19

Mais que uma obrigação, a demonstração pública de solidariedade serviu a interesses importantes de ambos os lados. Trump – que, por telefone, foi o primeiro chefe de Estado a felicitar Bolsonaro após a vitória eleitoral – pôde mostrar que, em tempos de tensão na diplomacia mundial, ele ganhou um leal aliado no linha-dura de direita do Brasil. E Bolsonaro, um admirador declarado de Trump, pôde se apresentar ao grande público à altura de seu poderoso ídolo.

"Pensando bem, o Brasil pode até se tornar membro da Otan", disse Trump. O apoio a uma adesão [do Brasil] à Otan causou muita confusão em Washington. Como país sul-americano, o Brasil ficaria não apenas geograficamente à margem de uma aliança do Atlântico Norte, mas também tem comparativamente menos poderio militar.

Mesmo que o apoio à adesão à Otan tenha sido dito da boca para fora, para Bolsonaro anúncios como esse têm um efeito enorme. O apoio do homem mais poderoso do mundo pode impulsionar Bolsonaro no cenário mundial.

Tagesschau – Visita ao grande modelo, 19/03

Bolsonaro é o primeiro presidente brasileiro cuja viagem inaugural ao exterior foi para Washington – o que transmite uma mensagem deliberada. Não apenas devido às muitas semelhanças políticas.

O novo presidente brasileiro quer sobretudo vincular mais seu país econômica e militarmente aos Estados Unidos. O governo Trump vê nisso uma chance histórica de formar um estreito "eixo norte-sul" entre as duas maiores economias do hemisfério ocidental.

Der Spiegel – "A favor de Deus – contra o politicamente correto", 20/03

Nas últimas duas décadas, os governos brasileiros, de esquerda, tenderam a manter distância de Washington. Mas agora Trump e Bolsonaro querem fazer muitas coisas de maneira diferente.

Trump e Bolsonaro tornaram-se algo como gêmeos políticos. O brasileiro adotou o estilo político de Trump como modelo, tendo até mesmo sido aconselhado pelo ex-estrategista-chefe de Trump Stephen Bannon. [...] Trump e seu assessor de Segurança Nacional, John Bolton, por sua vez, veem em Bolsonaro um novo aliado-chave para fazer a tradicional influência dos EUA nas Américas do Sul e Central florescer novamente.

Em sua visita a Washington, Bolsonaro deixou claro o quão estreitamente se sente ligado a Trump e a suas visões políticas. O Brasil e os EUA estariam unidos no "respeito à família tradicional, no temor a Deus, nosso criador, e contra a ideologia de gênero, o politicamente correto e as fake news".

Bolsonaro disse a Trump sempre ter admirado os EUA. "Minha admiração aumentou com a chegada do senhor à Presidência." Para o presidente dos EUA, tantas palavras simpáticas são como uma benção.

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