Policiais que escoltavam carga de urânio trocam tiros com criminosos no Rio
Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) que participavam da escolta de um comboio que transportava urânio para a usina nuclear de Angra 2, localizada na Costa Verde fluminense, trocaram tiros com criminosos por volta das 12h de hoje na BR-101 próximo à comunidade do Frade em Angra dos Reis.
A Eletronuclear, empresa responsável pela gestão das usinas, negou que o comboio com urânio tenha sido atacado e afirmou que o material foi entregue em seu destino.
O combustível nuclear estava sendo levado da cidade de Resende (RJ), onde ficam as instalações da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), para a usina nuclear de Angra 2.
De acordo com a Polícia Militar, um batedor da PRF que estava em uma motocicleta viu dois suspeitos em uma moto e pediu reforço. Os policiais rodoviários então trocaram tiros com os suspeitos. Até as 19h, os criminosos não haviam sido detidos.
Ninguém ficou ferido e o comboio seguiu escoltado por policiais militares do Batalhão de Choque até a usina. Nada foi roubado.
De acordo com a Eletronuclear, o confronto ocorreu depois da passagem do comboio pela região da favela do Frade, região disputada pelas facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro.
A Eletronuclear disse, por meio de nota, acreditar que os criminosos atiraram porque teriam se assustado com "o forte aparato policial" --ou seja, não pretenderiam roubar o urânio. Uma investigação pode ser realizada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, responsável pela segurança nuclear no Brasil.
Acidente nuclear descartado
A Eletronuclear descartou a possibilidade de um acidente nuclear mesmo que os recipientes metálicos usados no transporte do urânio fossem atingidos por tiros. Isso porque o urânio da carga estaria em estado natural (não enriquecido em centrífugas) e teria o mesmo nível de radioatividade do minério minerado na natureza.
Porém, a empresa não explicou o motivo de o urânio não processado estar sendo levado para uma usina nuclear e não para uma centrífuga de enriquecimento de combustível nuclear. Esse equipamento encontra-se na cidade de Resende.
No ano passado, o prefeito de Angra, Fernando Jordão (MDB), pressionou membros da intervenção federal que estava em vigor no Rio para receber mais recursos de segurança mencionando uma hipótese de que o crime organizado poderia tentar impedir moradores de Angra de deixar o local em caso de acidente nuclear.
Seus críticos afirmaram, porém, que o avanço das facções na região do Frade estaria ligado à expansão acelerada de favelas durante os dois períodos em que ele esteve à frente da prefeitura. A alegação é refutada pelo prefeito, que disse ter feito ações de urbanização.
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