Venezuela acusa EUA de impulsionar "feroz campanha" para derrubar Maduro
Caracas, 25 fev (EFE).- O governo da Venezuela acusou os Estados Unidos nesta segunda-feira de impulsionar uma "feroz campanha" para derrubar o presidente Nicolás Maduro, depois da declaração divulgada hoje pelo Grupo de Lima na reunião da qual participou o vice-presidente americano, Mike Pence.
"A Venezuela denuncia diante do mundo que o governo dos Estados Unidos, junto a um grupo de países subordinados, conduz uma feroz campanha para derrubar o governo da Venezuela e o presidente constitucional, Nicolás Maduro Moros", disse em comunicado a chancelaria venezuelana.
No texto, no qual não se menciona diretamente o Grupo de Lima, que hoje aprovou uma resolução condenando as "ações deliberadas" de Maduro contra a entrada da ajuda humanitária no sábado, a chancelaria venezuelana disse que o ocorrido no final de semana tinha o objetivo de "facilitar uma intervenção militar estrangeira".
Esta intervenção, segundo a Venezuela, é "parte da tentativa de golpe de Estado promovida abertamente pelo governo americano".
No sábado, a oposição, que solicitou ajuda internacional diante da escassez de remédios e alimentos no país, esperava ingressar na Venezuela toneladas de ajuda humanitária que é armazenada em países vizinhos como Brasil e Colômbia, mas estas foram bloqueadas pelo governo de Maduro por acreditar que abririam passagem a uma invasão.
O governo venezuelano comemora nesse sentido o "fracasso" dos EUA em seu "empenho para ativar um plano militar intervencionista, apesar dos contínuos ataques empreendidos a partir do território colombiano contra os efetivos de segurança venezuelanos que custodiavam e protegiam" a fronteira.
Além disso, o Ministério de Relações Exteriores venezuelano se refere ao discurso de Pence na reunião do Grupo de Lima e lhe acusa de tentar "girar ordens para que outros países se somem" a sanções contra ativos da Venezuela.
"A Venezuela faz um chamado à comunidade internacional para cerrar fileiras na defesa dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, pois sua violação põe em perigo a paz e a segurança internacional", acrescentou a chancelaria.
A reunião do Grupo de Lima em Bogotá para abordar a crise venezuelana contou com a presença do vice-presidente americano e do líder do parlamento, Juan Guaidó, reconhecido por este fórum como presidente em exercício da Venezuela depois que se autoproclamou como tal após considerar Maduro ilegítimo. EFE