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Governo brasileiro confirma entrega de ajuda à Venezuela

22/02/2019 18h50

SÃO PAULO, 22 FEV (ANSA) - O porta-voz do governo Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, confirmou a operação de entrega de ajuda humanitária à Venezuela para este sábado (23), apesar de somente um caminhão ter conseguido atravessar a fronteira.   

Segundo Rêgo Barros, a operação começará pela manhã e deve durar "alguns dias". Neste momento, há apenas um caminhão venezuelano no centro de coleta de itens de primeira necessidade em Boa Vista, capital de Roraima.   

O porta-voz disse que o local abriga cerca de 200 toneladas de alimentos básicos, como arroz, feijão, café, leite em pó, açúcar e sal, e medicamentos. O transporte será de responsabilidade exclusiva de caminhões venezuelanos, dirigidos por venezuelanos.   

Rêgo Barros ainda acrescentou que cabe às equipes operacionais atuantes em Boa Vista decidir sobre a partida de comidas e remédios. Ele considerou, contudo, a hipótese de não se conseguir realizar o transporte devido à falta de caminhões.   

Anteriormente, a Globo News havia informado, citando o governador de Roraima, Antonio Denarium, que o governo decidira suspender a entrega de ajuda humanitária, em função da decisão do regime de Nicolás Maduro de fechar a fronteira entre os dois países.   

Denarium disse que os itens de primeira necessidade só seriam levados quando houvesse caminhões venezuelanos em número suficiente para realizar o transporte. Para o governo, de acordo com a Globo News, não valeria a pena enviar os alimentos e remédios de forma isolada, em apenas um veículo. O governador participou na tarde desta sexta-feira (22), por videoconferência, de uma reunião de emergência com o presidente Jair Bolsonaro, que disse querer evitar um conflito. A fronteira entre os países está fechada desde 21h (horário de Brasília) da última quinta (21), por ordem de Maduro.   

O autoproclamado presidente Juan Guaidó estabeleceu em 23 de fevereiro a data para a entrada de ajuda humanitária internacional na Venezuela, a partir de Roraima e de Cúcuta, na Colômbia.   

O regime chavista, no entanto, diz que os itens de primeira necessidade são uma desculpa para preparar uma intervenção para derrubá-lo. Militares venezuelanos já entraram em confronto com indígenas perto da fronteira brasileira, deixando ao menos dois mortos. O grupo queria entrar no Brasil para recolher ajuda humanitária.   

Shows - Cúcuta recebe nesta sexta um megashow patrocinado pelo bilionário britânico Richard Branson para arrecadar fundos para o povo venezuelano.   

Chamado "Venezuela Live Aid", em referência ao histórico show de rock realizado em 1985 para juntar recursos para combater a fome na África, o concerto recebe nomes da música latina e artistas venezuelanos forçados a fugir de seu país.   

O show acontece do lado colombiano da ponte Las Tienditas, enquanto o regime Maduro promove um "contraconcerto" no lado venezuelano. A ponte está bloqueada por caminhões e contêineres para impedir a entrada de ajuda humanitária.   

O espetáculo em Cúcuta tem as presenças dos presidentes Iván Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai). (ANSA)
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