Topo
Notícias

Aplicativos enviam dados pessoais sensíveis ao Facebook, diz imprensa

22/02/2019 19h59

San Francisco, 22 Fev 2019 (AFP) - O Facebook recupera dados pessoais sensíveis e íntimos transmitidos por aplicativos, mesmo se o usuário não tiver conta na rede social, afirmou nesta sexta-feira o jornal The Wall Street Journal.

A companhia americana explicou que, embora colete dados através de "apps" externos, proíbe a estes que lhe comuniquem informações sensíveis dos usuários.

Alguns aplicativos disponíveis nos smartphones utilizam uma ferramenta de análise de atividade do usuário chamada App Events, implementada pela rede social, que coleta dados e os envia ao Facebook, explica o Wall Street Journal, que afirma ter feito uma grande quantidade de testes.

Isto ocorre sem que o usuário do aplicativo tenha se conectado com seu "login" ao Facebook e inclusive sem que tenha uma conta nessa rede. O usuário tampouco é informado explicitamente da manobra, acrescenta o jornal, que diz ter identificado práticas deste tipo em uma dezena de aplicativos "populares".

Alguns dos dados coletados são muito sensíveis, aponta o jornal americano, que cita o exemplo de um aplicativo que permite a mulheres registrar as datas de seus ciclos menstruais e controlar seus períodos de ovulação.

Segundo os testes realizados pelo jornal, estes dados, assim como outros como o peso ou os hábitos de compra dos usuários, são enviados ao Facebook sem consulta prévia às pessoas afetadas.

O manejo dos dados pessoais, base do modelo econômico do Facebook ou do Google, permite definir perfis para o envio de publicidade.

"Compartilhar informações através de aplicativos no iPhone ou no Android corresponde à forma como funciona a publicidade móvel e é uma prática habitual neste setor", reagiu uma porta-voz do Facebook questionada pela AFP.

"A questão é como os 'apps' utilizam estas informações para a publicidade on-line. No Facebook exigimos aos desenvolvedores que sejam transparentes com seus usuários em relação às informações que compartilham conosco e lhes proibimos que nos comuniquem dados sensíveis", destacou.

"Tomamos igualmente medidas para identificar e eliminar dados que não deveriam ter sido enviados para nós", disse.

jc/alb/AB/dg/gma/db/cc

Facebook

GOOGLE

Notícias