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Governo italiano aprova moção para congelar obra ferroviária

21/02/2019 19h32

ROMA, 21 FEV (ANSA) - A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta quinta-feira (21), por 261 votos a 136, uma moção que obriga o governo a "rediscutir integralmente" o projeto para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Turim e Lyon.   

O texto foi apresentado pelos dois partidos da base aliada, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga, que estão divididos sobre a continuidade da obra.   

A moção deve adiar a decisão final sobre o ramal para depois das eleições para o Parlamento Europeu, entre 23 e 26 de maio, quando um "sim" ou um "não" pode ser menos doloroso para uma das duas legendas.   

A questão da linha Turim-Lyon é um dos principais temas de divisão dentro do governo: o M5S é historicamente contra a obra e chegou até a produzir um relatório questionando seu custo-benefício, enquanto a Liga defende a conclusão do projeto.   

A União Europeia, no entanto, ameaça retirar parte dos recursos prometidos por Bruxelas para a obra. O "congelamento" provocou irritação na comunidade empresarial de Turim, e a Associação das Pequenas e Médias Empresas da cidade (API) ameaça paralisar suas atividades produtivas em protesto.   

Informações de bastidores dão conta de que Salvini tem se mostrado seguro de que conseguirá o aval para a linha após as eleições europeias, que devem confirmar a Liga como partido mais popular da Itália.   

O M5S, por sua vez, gostaria de dar um "não" imediato e contentar sua base eleitoral. "É uma decisão que deve ser tomada pelas repúblicas de Itália e França, vejamos quem vencerá no fim", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.   

Os defensores da obra dizem que a linha atual entre Turim e Lyon é obsoleta e pouco atrativa financeiramente, uma vez que possui um traçado muito sinuoso. Por outro lado, os críticos alegam que a conexão foi modernizada recentemente e é subutilizada. (ANSA)
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