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É cedo para calcular votos favoráveis à reforma da Previdência, diz líder do governo na Câmara

Marcela Ayres

21/02/2019 14h14

BRASÍLIA, 21 Fev (Reuters) - O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse hoje que ainda é cedo para se calcular os votos favoráveis à reforma da Previdência, já que o texto foi apresentado na véspera e está agora aberto a modificações. "A liderança do governo não começou a fazer o trabalho que é normal, rotineiro, de ligar para os parlamentares e perguntar porque não faz sentido, foi apresentado ontem (o texto) ", disse.

"Não foi nem instaurada ainda nem a Comissão de Constituição e Justiça, seus trabalhos ainda não começaram. A Comissão Especial ainda está distante de acontecer. Então ainda temos muito trabalho a fazer até começar essa contagem", disse o deputado a jornalistas, após reunião da bancada do PSL com o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

Vitor Hugo disse que a equipe econômica não estabeleceu nenhuma barreira central que não poderia ser modificada na análise da proposta de emenda à Constituição (PEC) no Congresso. E apontou que, agora, "a reforma como um todo está aberta aos parlamentares".

"O próprio Rogério Marinho, que foi deputado federal por três mandatos, foi muito feliz quando disse que a agora a bola está com o Congresso Nacional, que vai fazer toda a discussão dentro da sua esfera de competência, que pode alterar o texto em todo seu aspecto", disse Vitor Hugo.

Na saída da reunião, a avalição feita por parlamentares do PSL não foi uniforme sobre as resistências que a PEC deverá enfrentar.

A senadora Selma Arruda (PSL-MT) disse que a elevação das alíquotas previdenciárias é ponto que deverá ser discutido pela base. Ela disse haver a possibilidade de "uma certa revolta da classe média" em relação às modificações propostas na PEC, que oneram os que ganham mais com aumento das alíquotas, avaliando que os trabalhadores que ganham R$ 30 mil não podem ser considerados ricos no Brasil, mas sim de classe média.

Já a deputada Bia Kicis (PSL-DF) defendeu que a proposta do governo corta privilégios e que a maior parte da população será beneficiada, já que haverá redução nas alíquotas para os que recebem menos.

Ela reconheceu que o Congresso pode fazer "alteração ou outra" no texto, e avaliou que o maior ponto de preocupação em relação à tramitação será a pressão contrária exercida pelas corporações, citando servidores públicos e magistratura.

(Edição de Alexandre Caverni)

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