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Milícias curdas têm mais de 1,3 mil jihadistas estrangeiros detidos na Síria

18/02/2019 17h58

Deir ez-Zor (Síria), 18 fev (EFE).- As Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por curdos, disseram nesta segunda-feira que têm detidos mais de 1.300 jihadistas estrangeiros do grupo Estado Islâmico (EI) que fugiram dos seus últimos redutos na Síria, disse à Agência Efe um porta-voz das forças curdas, Mustafa Bali.

"Temos em nossa posse mais de 1.300 combatentes do EI detidos que foram capturados durante os combates, quando se renderam ou em suas tentativas de fugir das áreas controladas pelas nossas forças", disse Bali.

O conceito de "estrangeiro" se refere a todas as nacionalidades, exceto a de sírios e iraquianos, pois a grande maioria dos combatentes do EI nessa região procedem destes dois países.

O porta-voz afirmou que a existência destes detidos representa "uma carga" para suas unidades no norte da Síria, por isso exigiu aos "países de origem" dos jihadistas que se encarreguem da repatriação dos seus cidadãos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou ontem seus aliados da Europa para que resolvam com urgência a situação de mais de 800 combatentes do EI capturados na Síria, ao abrir a possibilidade de serem libertados.

"Os EUA pedem a Reino Unido, França, Alemanha e outros aliados europeus que se responsabilizem pelos mais de 800 combatentes do EI que nós capturamos na Síria e que os levem a julgamento. O califado está pronto para cair. A alternativa não é boa, pois seremos obrigados a libertá-los", escreveu Trump no Twitter.

Diante disso, diversos países responderam à questão, como foi o caso da Bélgica, que defendeu ontem uma "solução europeia" para a repatriação.

Por sua vez, o governo do Reino Unido retirou a cidadania de 100 supostos jihadistas combatentes na Síria com dupla nacionalidade, britânica e de outro país, segundo disse hoje o ministro do Interior, Sajid Javid, que estimou que cerca de 900 britânicos viajaram nos últimos anos para combater ao lado dos extremistas na Síria e no Iraque.

Já a Alemanha informou hoje que desde 2013 foram para a de zona combate na Síria e no Iraque 1.050 cidadãos alemães e que um terço deles já retornou a território alemão, e cerca de 200 morreram.

O porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert, disse que "houve conversas com a parte americana e com os parceiros europeus" para esta questão.

Os jihadistas estão detidos em campos que foram estabelecidos pelas FSD na província de Deir ez-Zor e nos quais os homens são separados de mulheres e crianças.

As negociações continuam entre as FSD e o EI para um possível acordo de rendição dos extremistas em Al Baguz, que é o último reduto do EI na Síria. EFE

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