A treta que o filho pitbull de Bolsonaro arrumou com o ministro do pai
Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno são nomes que estão na mídia esta semana. Se você está perdido nessa história, é hora de entender a treta.
Carlos Bolsonaro é o filho pitbull de Bolsonaro, como o próprio presidente já disse: "Meu PitBull, obrigado sempre por estar por perto"
Ele é vereador do Rio e acompanhou o pai na posse, estando inclusive no Rolls-Royce que desfilou em Brasília
O pitbull arrumou uma encrenca com Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, chamando-o de mentiroso por ele ter dito que havia falado com o presidente
Mas como essa treta começou? Para entender, tem que recuperar uma matéria da Folha, o calcanhar de aquiles dos Bolsonaro
A história da candidata laranja, que recebeu mais dinheiro que Bolsonaro para a campanha e teve apenas 274 votos, atingiu em cheio Gustavo Bebianno, que na época era o presidente do PSL
Importante: não confundir Bebianno com babuíno. O macaco não tem nada a ver com isso
Luciano Bivar, atual presidente nacional do PSL, tratou logo de tirar o dele da reta e disse que a decisão sobre o repasse de dinheiro público à candidata era de Bebianno
Pausa para um adendo: Luciano Bivar é aquele que acha que "política não é muito da mulher"
Bebianno tentou amenizar as coisas e disse ao jornal O Globo que não havia crise e que ele tinha falado três vezes com o presidente Bolsonaro somente naquele dia
Foi aí que o pitbull começou a esbravejar. Carlos Bolsonaro desmentiu Bebianno e postou um áudio em que o pai dizia, supostamente ao ministro, que não poderia conversar
"Não vou falar, não vou falar com ninguém, somente o essencial", diz Bolsonaro na gravação
Esse bafafá aconteceu bem no dia em que Bolsonaro teve alta do hospital, mas o presidente, após se calar durante toda a tarde, apoiou o filho, retuitando o post de Carlos
Detalhe: Carlos Bolsonaro cuida da estratégia de redes sociais do presidente e bate de frente com Bebianno desde a campanha eleitoral pelo controle da comunicação do governo
Bolsonaro rapidamente tentou se descolar de Bebianno, repetindo o discurso de sempre
"Se estiver envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente, o destino não pode ser outro a não ser voltar as suas origens", disse o presidente na Record
Bebianno, percebendo que está sendo lançado aos leões, se negou a dar o tiro de misericórdia. Avisou à jornalista Andréia Sadi, da Globo, que não iria pedir demissão
E ainda disse que está triste e decepcionado com a declaração de Bolsonaro
Após quase uma semana de impasse sobre a possível saída de Bebianno, a decisão de demitir o ministro foi oficializada nesta segunda-feira (18). Seu sucessor será o atual secretário-executivo da pasta, general Floriano Peixoto.
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