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Odebrecht diz ser vítima da corrupção no México

23/01/2019 09h32

CIDADE DO MÉXICO, 23 JAN (ANSA) - A construtora brasileira Odebrecht, acusada de pagar propina a 12 países, afirmou ser vítima da corrupção e acusou funcionários de alto escalão do México de criarem uma rede para impedir as investigações sobre as anomalias envolvendo a empresa.   

Em processo aberto na Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) , a companhia menciona os ex-diretores da petroleira do governo Pemex, Carlos Alberto Treviño e José Antonio González, que foi Ministro da Fazenda do México até novembro passado, a ex-ministra da Administração Pública, Arely Gómez, e o procurador-geral Alberto Elías Beltrán. Ao todo, a construtora acusa 12 funcionários de inventar uma conspiração "para inibir a investigação de supostos atos de corrupção", que só "não foram punidos" no México e na Venezuela.   

A reclamação foi apresentada pelo executivo João Henrique Araújo Horst Andrade e afirma que a empresa, com base em seus acordos com autoridades do Brasil e dos Estados Unidos, está disposta a cooperar com as investigações iniciadas pela promotoria sobre os pagamentos de propinas confessados por seus diretores a autoridades mexicanas. No entanto, Andrade disse que o México só "iniciou investigações administrativas e sancionou a Odebrecht em questões absolutamente alheias às investigações de suborno". Desta forma, gerou "uma falsa impressão de ilegalidade aos olhos da opinião pública".   

Acusada de pagar milhões de dólares em propinas em 12 países, a Odebrecht admitiu repassar, entre 2012 e 2014, cerca de US$10,5 milhões ao ex-diretor da Pemez Emilio Lozoya, principal figura da campanha do então candidato à presidência mexicana, Enrique Peña Nieto (2012-2018).   

A entrega desses subornos foi denunciada em 2017 pela organização independente Quinto Elemento e revelada pelo jornal "Proceso", com base em depoimentos de três ex-executivos da empresa brasileira, que deram detalhes sobre o caso.   

No entanto, Lozoya, que liderou os Pretoleos Mexicanos (Pemex) entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2016, negou ter recebido a propina. Em dezembro de 2016, a Justiça dos Estados Unidos divulgou o pagamento de mais de US$785 milhões realizado pela Odebrecht desde 2001 a 12 países, sendo 10 na América Latina e dois na África. (ANSA)
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