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Grupo de Lima declara apoio a Guaidó e pede novas eleições na Venezuela

23/01/2019 21h46

Cidade da Guatemala, 23 jan (EFE).- O Grupo de Lima expressou nesta quarta-feira apoio ao chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício do país, e pediu a convocação de eleições o mais breve possível.

"Apoiamos o início do processo de transição democrática na Venezuela no marco da sua Constituição, a fim de realizar novas eleições no mais breve prazo, com a participação de todos os atores políticos", afirmou o bloco na declaração, assinada pelos governos de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru.

Guaidó se autoproclamou presidente em exercício da Venezuela hoje, dentro do que chamou de luta contra a "usurpação" da presidência por parte de Nicolás Maduro. Opositores e parte da comunidade internacional consideram que o governo chavista é ilegítimo.

Diante deste anúncio, o Grupo de Lima, criado pela impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo bloqueio dos países caribenhos, condenou os atos de violência ocorridos no país e pediu que "se garanta o Estado de Direito, os direitos fundamentais das pessoas e a paz social enquanto acontece a transição do governo".

Além disso, os países ratificaram sua decisão de continuar apoiando "firmemente a recuperação da democracia na Venezuela" e expressaram "seu pleno apoio" a Guaidó, em conformidade com as normas constitucionais e diante da ilegitimidade do "regime" de Nicolás Maduro.

O jovem deputado Juan Guaidó, atual líder do parlamento da Venezuela, transformou nesta quarta-feira sua acidental liderança no maior desafio enfrentado por Nicolás Maduro desde que chegou ao poder em 2013, ao afirmar diante de milhares de pessoas que assumiu "formalmente" as competências da presidência do país.

Sua ação, respaldada de maneira imediata por Estados Unidos, Brasil e vários governos da região, é outro episódio da longa crise política que assola a Venezuela, e o maior ato de negação da legitimidade de Maduro.

A Venezuela vive uma situação de incerteza política desde que no último dia 10 de janeiro Maduro voltou a tomar posse do seu cargo depois de eleições realizadas em maio do ano passado e não reconhecidas pela maior parte da comunidade internacional.

A possibilidade de o presidente da Assembleia Nacional assumir o Executivo de maneira interina até a convocação de eleições está prevista na Constituição da Venezuela, mas apenas em caso de que não haja um governante legítimo e se cumpram uma série de condições. EFE

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