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Espanha pede "unidade de ação" da UE em resposta à crise na Venezuela

23/01/2019 20h09

Madri, 23 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, ressaltou nesta quarta-feira a importância de "preservar a unidade de ação" da União Europeia (UE) diante da crise institucional da Venezuela, razão pela qual pediu um "debate rápido" de todos os responsáveis de Exteriores do bloco.

Borrell fez estas declarações ao ser perguntado em um fórum em Madri sobre o futuro da Europa com a autoproclamação do presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como "presidente em exercício" da Venezuela.

O ministro espanhol indicou que, antes de tudo, é importante obter informação sobre o que está ocorrendo, já que "não se pode tomar decisões imediatamente e sem estar bem informado", mas advertiu que a Espanha não fará "seguidismo de ninguém".

A mesma opinião foi compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, que participou do debate junto com Borrell e que ressaltou que "é muito importante ter a informação necessária e que façamos a coordenação europeia".

"É muito importante que a unidade de ação na Europa não seja só um princípio, mas uma orientação prática", disse Santos Silva.

Quanto ao fato de que os Estados Unidos tenham reconhecido Guaidó como presidente legítimo, Santos Silva foi claro: "Para nós não é o bastante que os Estados Unidos o reconheçam".

Borrell explicou como, junto com Santos Silva, tinha advertido em várias ocasiões seus colegas europeus de que a UE devia realizar "alguma atuação porque na Venezuela podia provocar-se uma crise que não se sabe em que pode derivar".

"Geralmente, quando ocorrem estas coisas, o poder determinante acaba sendo o exército, que não sabemos onde está", ressaltou.

A autoproclamação de Guaidó como presidente interino da Venezuela foi celebrada pelos líderes de outros partidos espanhóis, que solicitaram ao chefe do Executivo, o socialista Pedro Sánchez, que o respalde.

O ex-presidente do governo da Espanha, José María Aznar, também expressou seu reconhecimento a Guaidó e pediu "unanimidade e apoio internacional". EFE

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