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Polícia pede prisão de suspeito de matar sobrinha por não concordar com namoro

Layane Carrile foi morta com um tiro de espingarda na cabeça em Guatapará (SP) - Reprodução/Facebook
Layane Carrile foi morta com um tiro de espingarda na cabeça em Guatapará (SP) Imagem: Reprodução/Facebook

José Maria Tomazela

Sorocaba

22/01/2019 18h49

A Polícia Civil pediu nesta terça-feira (22) a prisão temporária de um homem acusado de matar a sobrinha de 15 anos porque não concordava com o namoro dela com um rapaz mais velho. A menina, Layane Carrile Silva, foi morta com um tiro de espingarda na cabeça, no domingo (20) na calçada da casa da avó, em Guatapará, no interior de São Paulo. O suspeito Jean Michel Carrile, tio da garota, foi visto deixando o local com a arma na mão. Ele está foragido. A investigação apontou que, por várias vezes, o tio havia ameaçado a garota de morte.

O assassinato aconteceu durante uma briga na rua envolvendo Jean Michel, um irmão dele e outros dois homens. De acordo com a Polícia Civil, Layane dormia na casa da avó e acordou com a confusão. Vendo que se tratava de uma briga e que outro tio estava caído na rua, ela pegou o celular para chamar a polícia, mas foi atingida pelo tiro. A menina chegou a ser levada a uma unidade hospitalar, mas não resistiu.

Os policiais militares que atenderam a ocorrência apresentaram o caso como de homicídio culposo, produzido por disparo acidental. Depois de ouvir familiares da vítima, o delegado Ricardo Turra apurou que o tio tinha desavenças com a garota. Conforme os depoimentos, ele não aceitava o namoro da sobrinha com um homem mais velho, de 29 anos.

A menina tinha feito comentários em família que desagradaram o tio e, segundo o relato, o suspeito chegou a dizer que iria dar um tiro na cabeça dela. "Estávamos achando que era mesmo um caso de disparo acidental, afinal a vítima é sobrinha do atirador. Quando ouvimos a mãe e a irmã da garota, mudou tudo. Elas foram categóricas em afirmar que ele havia ameaçado Layane de morte", afirmou Ricardo.

Para ter mais certeza do fato, o delegado ouviu vizinhos da família, que chegaram a presenciar as ameaças. "Uma garota chorou durante o depoimento, se culpando pela morte da menina, pois ela havia relatado as ameaças e a amiga a dissuadiu de fazer a denúncia à polícia, pois não acreditava que o tio dela pudesse cumprir o que dizia."

Ele juntou ao inquérito uma postagem em rede social feita pela irmã da vítima, Thayne Carrile, que acusou o tio Jean Michel pela morte da menina. "Gente, esse é meu "tio" Michel Carrile, dono de uma oficina de moto aqui em Guatapará, um assassino que cometeu um assassinato e fugiu. Quem ver entra em contato com a polícia, tirou a vida da minha irmã com 15 anos com um tiro de arma de fogo na cabeça."

Segundo o delegado, a confusão começou quando dois homens agrediram um irmão do suspeito. Michel entrou na casa e saiu com a espingarda na mão, mas os agressores já haviam ido embora. "Ele viu o namorado da Layane socorrendo o irmão e, ao ver a sobrinha no celular, atirou contra ela. Foi um disparo preciso, pois as testemunhas disseram que ele era caçador e sabia atirar."

Michel fugiu de carro. O veículo foi abandonado com a arma usada no crime em um dos acessos da cidade.

De acordo com Ricardo, a espingarda calibre 36 foi enviada para perícia. O delegado aguarda também o laudo da necrópsia, exame feito no corpo da vítima no Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto. Ele vê no caso características de feminicídio.

Na tarde desta terça-feira (22) uma advogada procurou o delegado para tratar de uma possível apresentação de Jean Michel à polícia. Ela informou que só se manifestaria depois que o suspeito fosse ouvido oficialmente.

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