Itália ameniza tom após polêmica com a França
No último fim de semana, o ministro do Trabalho e vice-premier Luigi Di Maio havia acusado o governo francês de "explorar" o continente africano por meio do franco CFA, moeda impressa em Paris e usada por 14 ex-colônias africanas.
Segundo Di Maio, essa é uma das causas da crise migratória no Mediterrâneo, embora apenas dois dos 10 países que mais mandaram migrantes à Itália em 2018 (Costa do Marfim e Mali) usem o chamado "franco colonial".
O líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) teve o apoio do ministro do Interior e também vice-premier Matteo Salvini, que acusou a França de "subtrair" a riqueza da África. Nesta terça (22), no entanto, expoentes do governo tentaram minimizar a polêmica.
"É legítimo se interrogar sobre a eficácia das políticas globais que estamos realizando em nível de União Europeia ou dos Estados individuais. Isso não quer dizer colocar em discussão nossa histórica amizade com a França, muito menos com o povo francês.
Nossa relação permanece forte, apesar das discussões políticas", disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.
Na última segunda (21), o governo francês havia convocado a embaixadora da Itália em Paris, Teresa Castaldo, a dar explicações sobre as declarações de Di Maio. O ministro das Relações Exteriores italiano, Enzo Moavero, se reuniu com seu homólogo Jean-Yves Le Drian e reconheceu que é preciso se acostumar com o tom agressivo, devido à campanha para as eleições europeias de maio de 2019.
"A conversa foi franca, aberta e explícita, entre representantes de países que permanecem amigos e aliados. As declarações de Di Maio são parte do debate que nos acompanhará até as eleições europeias. Devemos nos acostumar com esses tons", disse o chanceler.
França e Itália já se envolveram em diversas polêmicas nos últimos meses, especialmente sobre a crise migratória, e o próprio presidente Emmanuel Macron se descreveu como "adversário dos populistas" na UE. (ANSA)
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