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Ex-diplomatas pedem à China para libertar dois canadenses suspeitos de espionagem

O ex-diplomata canadense Michael Kovrig foi detido na China em dezembro e está sendo acusado de espionagem - REUTERS
O ex-diplomata canadense Michael Kovrig foi detido na China em dezembro e está sendo acusado de espionagem Imagem: REUTERS

Da AFP, em Pequim

21/01/2019 21h15

Ex-diplomatas e investigadores especializados na China assinaram uma carta aberta dirigida ao presidente chinês, Xi Jinping, na qual pedem a libertação de dois canadenses detidos na China e suspeitos de espionagem.

A carta aberta, datada desta segunda-feira (21), afirma que as atividades dos dois canadenses serviam para melhorar a compreensão da China no exterior e para promover suas relações com o resto do mundo.

"As detenções de Kovrig e Spavor enviam a mensagem de que este tipo de trabalho construtivo não é bem-vindo na China, e inclusive que pode ser perigoso", indica o texto, assinado por 143 pessoas de 19 países.

O ex-diplomata Michael Kovrig e o consultor Michael Spavor foram detidos no mês passado. São suspeitos de ter realizado atividades "que ameaçam a segurança nacional".

Michael Kovrig, ex-funcionário da embaixada do Canadá em Pequim, trabalha atualmente para a organização International Crisis Group, na qual é especialista em China. Michael Spavor facilita viagens a Coreia do Norte, como as da ex-estrela da NBA Dennis Rodman.

Estas detenções são vistas no Ocidente como medidas de represálias, depois da prisão, no início de dezembro em Vancouver, a pedido da justiça americana, de Meng Wanzhou, a diretora financeira do gigante chinês das telecomunicações Huawei.

Entre os signatários estão seis ex-embaixadores do Canadá na China (Fred Bild, Joseph Caron, Earl Drake, David Mulroney, Guy Saint-Jacques e Robert Wright), ex-embaixadores dos Estados Unidos na China (Gary Locke e Winston Lord) e o último governador britânico de Hong Kong (Chris Patten).

Muitos investigadores especializados em China também assinaram esta carta dirigida ao presidente chinês.

"Nós que compartilhamos o entusiasmo de Kovrig e Spavor [...], devemos agora demonstrar mais prudência quando viajarmos e trabalharmos na China, e quando estivermos em contato com nossos homólogos chineses", apontam os signatários do documento.

"Isto levará a menos diálogo e a mais desconfiança, e enfraquecerá os esforços para administrar as diferenças e identificar os terrenos de entendimento. A China e o resto do mundo sofrerão", indicam.

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