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Pela 1ª vez na JMJ, Papa confessará jovens detidos no Panamá

18/01/2019 17h59

CIDADE DO VATICANO, 18 JAN (ANSA) - Pela primeira vez em uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o papa Francisco realizará na próxima sexta-feira (25) confissões de jovens presos em um centro de detenção juvenil em Pacora, no Panamá.   

"Foi algo que saiu do coração do Papa", disse o diretor interino de assessoria de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti, em comunicado nesta sexta-feira (18). Para o porta-voz da Santa Sé, a visita do Pontífice na prisão juvenil "é uma maneira de Francisco também se reunir com os jovens que não podem participar dos eventos da JMJ, e também mostrar proximidade com as periferias e levar uma mensagem de consolo e esperança". Neste ano, a Jornada Mundial da Juventude será realizada entre os dias 23 e 27 de janeiro no Panamá. Ao longo de cinco dias, o Papa fará 10 discursos, entre eles três homilias e um Angelus, todos em espanhol.   

A decisão de se comunicar no idioma local é para atingir, sobretudo, os jovens latino-americanos, que são alvos de violência, crise migratória, além da falta de oportunidades. Segundo Gisotti, muitos dos jovens que participam do evento religioso são imigrantes. Por isso, "o papa quer se aproximar dos jovens, dos que sofrem, enviar uma mensagem de esperança", inclusive, conversará com jovens migrantes, principalmente depois que a situação se agravou nas nações centro-americanos. Esta é a primeira visita de Jorge Bergoglio no Panamá e acontece um ano depois de sua viagem ao Chile, onde a Igreja Católica protagonizou um escândalo de pedofilia envolvendo o clero, que resultou na renúncia coletiva do episcopado do país.   

"É um tema que chama muita atenção na Igreja e afeta muito os jovens, mas o Papa não tem nenhum encontro programado com vítimas de abusos", assegurou Gisotti. Entre os principais compromissos de Francisco durante sua estadia no Panamá, há reuniões com o presidente Juan Carlos Varela e os bispos da América Central, uma missa na Catedral de Santa Maria de la Antigua, além de uma visita inédita a um centro que atende jovens com aids. De acordo com os dados oficiais do Vaticano, até o momento 150 mil pessoas já se registraram e outras 50 mil estão finalizando a inscrição. A última visita de um Santo Padre ao país ocorreu em 1983, quando o papa João Paulo II incluiu o Panamá em seu roteiro de viagem pela América Central. Mensagem - Nesta sexta, Jorge Bergoglio enviou uma mensagem à JMJ Indígena no Panamá e denunciou "as escandalosas situações de marginalização, de exclusão, de descarte e de empobrecimento às quais milhões de jovens estão condenados, em especial os povos originais no mundo". A declaração foi divulgada por ocasião do encontro de comunidades indígenas que será realizado entre 17 e 21 de janeiro, antes da JMJ. O Papa fez um alerta para que o indígenas "voltem às culturas de origem". "Cuidar das raízes, porque das raízes vem a força que as fará crescer, florescer e dar frutos. Além disso, deve ser uma forma de mostrar o rosto indígena da nossa Igreja, na atmosfera da JMJ, e afirmar o nosso compromisso de proteger a nossa casa comum e ajudar a construir um outro mundo possível, mais justo e mais humano".   

Por fim, Francisco deixa votos de que esta iniciativa inédita possa ser "uma oportunidade para responder ao convite feito à juventude, para que sejam gratos pela história dos seus povos e corajosos perante os desafios". (ANSA)
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