Mulher do ex-presidente da Interpol detido na China pede asilo na França
Paris, 18 jan (EFE).- A mulher do ex-presidente da Interpol, o chinês Meng Hongwei, preso em seu país por corrupção após desaparecer misteriosamente em setembro do ano passado ao viajar para Pequim, vai pedir asilo na França porque afirma sentir-se ameaçada.
"Preciso que o governo francês me proteja, me assista, ajude a mim e aos meus filhos", afirmou a esposa de Meng em entrevista à emissora "France Info" transmitida nesta sexta-feira.
A esposa de Meng explicou que tem "medo de ser sequestrada", que recebeu "ligações estranhas" e que foi seguida até o seu hotel por um casal de chineses.
Nas imagens das câmeras do hotel, é possível ver um homem e uma mulher entrarem e ele perguntar pelo número do quarto da esposa de Meng Hongwei com a desculpa - falsa - que tinham uma reunião com ela.
Depois o mesmo homem é visto correndo atrás de seu carro para fotografar a placa. Uma denúncia apresentada por esses fatos foi arquivada pela Justiça francesa.
Em qualquer caso, a esposa do ex-presidente da Interpol pretende formalizar nesta sexta-feira seu pedido de asilo diante do Escritório Francês de Proteção de Refugiados e Apátridas (OFPRA).
Meng, que era vice-ministro de Segurança Pública da China quando foi eleito presidente da Interpol em 2016, perdeu o contato com a família depois de embarcar em um avião para a China no último dia 25 de setembro.
Após vários dias de silêncio sem que a família tivesse notícias suas e diante da pressão internacional, a Comissão Nacional de Supervisão chinesa (o órgão anticorrupção do país) confirmou a detenção de Meng.
Segundo o Ministério de Segurança Pública chinês, a investigação contra Meng foi iniciada após se constatar que aceitou subornos e violou a lei estatal com um comportamento que causou um "grave prejuízo" ao partido e à segurança nacional.
No dia 21 de novembro, a Assembleia Geral da Interpol elegeu para substituí-lo o sul-coreano Kim Jong Yang.
A organização policial internacional tinha recebido em 7 de outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não continuaria sendo o delegado da China no organismo. EFE
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