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Dá para construir robôs usando cérebro de insetos? É o que o Pentágono quer

O que você acha de aproveitar o cérebro de uma barata? - Getty Images
O que você acha de aproveitar o cérebro de uma barata? Imagem: Getty Images
do UOL

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/01/2019 04h00

Quando pensamos em seres inteligentes, é difícil que insetos encabecem a lista, certo? Pois a Darpa, a agência de pesquisa avançada de projetos de defesa do Pentágono discorda disso. E mais: eles pretendem usar cérebros de insetos para criar robôs inteligentes.

O tema foi revelado em um chamamento feito pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos em busca de propostas práticas para o uso de cérebros de insetos como unidade controladora de robôs. Os pesquisadores da Darpa acreditam que o cérebro desses organismos é um exemplo de eficiência, uma vez que "eles são energeticamente eficientes e conseguem manter sua funcionalidade básica mesmo tendo uma forma compacta, muitas vezes com poucas centenas de neurônios".  

Outro ponto de interesse seria o fato de que "há evidências que mesmo insetos pequenos passam por experiências subjetivas". Essas experiências seriam o primeiro passo na direção do conceito de "consciência". 

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A Darpa oferece um prêmio de US$ 1 milhão para quem conseguir atender ao chamamento. Para isso, é preciso apresentar um estudo de viabilidade sobre o mapeamento do sistema de inteligência de um inseto. Para obter o prêmio, também será necessário pensar numa plataforma que utilize o cérebro de insetos na criação de um dispositivo controlado por inteligência artificial mais eficiente do que os atuais.

Injeção de memórias

A busca por tecnologias do tipo mostra um interesse cada vez maior da Darpa em temas como consciência e cognição. Uma das razões seria criar formas de "programar" o cérebro de soldados por meio de interfaces entre computadores e cérebro.

Em artigo na revista "The Atlantic", Justin Sanchez, um pesquisador da Darpa, disse que criar meios para programar cérebros de soldados permitiria, por exemplo, "injetar memórias usando códigos neurais precisos para determinadas habilidades". Na prática, isso agilizaria o processo de treinamento para determinadas funções.

Sanchez também citou um projeto que conseguiu transplantar memórias dentro do cérebro de ratos, o que indicaria a viabilidade dessa iniciativa.

Ainda que pareça loucura, vale lembrar que a Darpa foi a responsável por financiar projetos que acabaram criando a internet. Ou seja: é bom não desconfiar das pesquisas promovidas pela agência.

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