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Número de mortos em atentado em escola em Bogotá sobe para 21

17.jan.2019 - Pessoas em vigília em homenagem às vítimas do atentado em Bogotá, que aconteceu nesta quinta (17) - Luisa Gonzalez/Reuters
17.jan.2019 - Pessoas em vigília em homenagem às vítimas do atentado em Bogotá, que aconteceu nesta quinta (17) Imagem: Luisa Gonzalez/Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

18/01/2019 03h42

O número de mortos no atentado com um carro-bomba ocorrido na quinta-feira (17), em um estacionamento da Escola de Polícia General Francisco de Paula Santander, em Bogotá (Colômbia), subiu para 21, informou a corporação. A Polícia também atualizou a quantidade de feridos para 68.

O autor, que morreu no ataque, foi identificado pelo Ministério Público como José Aldemar Rojas Rodríguez. Ele era colombiano e entrou na escola às 9h30 local (12h30 de Brasília) em uma caminhonete cinza Nissan Patrol de 1993.

Rojas Rodríguez morreu no ataque, revelou à AFP um membro do MP. Ainda não há informação sobre possíveis ligações do autor com grupos armados que operam no país.

O veículo, que, segundo o MP, tinha passado por uma revisão em julho de 2018 em Arauca (fronteira com a Venezuela), explodiu durante uma cerimônia de promoção de oficiais e cadetes.

"Ouvi como se o céu tivesse caído na minha cabeça. Foi uma explosão muito grande e, quando saí, havia muita fumaça", disse Rocío Vargas, vizinha do local.

Segundo relatos da polícia, um cão farejador detectou os explosivos. Quando foi descoberto, Rojas acelerou o carro e atropelou um policial. Três militares foram atrás do veículo que, segundos depois, explodiu.

Esse é o pior ato de terror na capital colombiana desde fevereiro de 2003, quando os rebeldes do atual partido Farc detonaram um carro-bomba no clube El Nogal. Trinta e seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

Nenhum grupo reclamou a autoria do ataque, e as autoridades não revelaram suas hipóteses sobre a autoria intelectual do ato.

Do escritório da ONU na Colômbia até os Estados Unidos, passando pelo governo da Venezuela - com o qual Bogotá congelou as relações - e pelas Farc, autoridades do mundo todo condenaram o ato e expressaram solidariedade.

Governo se posiciona

Diante do ataque, o presidente da Colômbia, Iván Duque, precisou voltar às pressas para Bogotá, após cancelar um evento de segurança em Quibdó (noroeste).

Este "ato terrorista insano não ficará impune, os colombianos jamais se submetem ao terrorismo, sempre o derrotamos, esta não será a exceção", disse Duque, em declaração à imprensa ao lado do procurador-geral, Néstor Humberto Martínez.

"Eu dei a ordem às forças militares e à polícia nacional para mobilizar todas as suas capacidades de inteligência e determinar, em coordenação com o Ministério Público, quem é responsável por este ataque covarde e impedir qualquer ação criminosa", disse. E concluiu. "Nunca vamos ceder a atos de terror.  A Colômbia é firme e não se intimida".

Duque, que assumiu o cargo em agosto de 2018, tem endurecido a política de combate às drogas no país, maior produtor de cocaína do mundo, e estabeleceu condições para reavivar as negociações de paz com o ELN (Exército de Libertação Nacional), última guerrilha ativa no país.

Enquanto isso, Duque solicitou a colaboração dos colombianos para "desmantelar a estrutura criminosa" que executou o ataque, embora não tenha mencionado nenhuma organização específica.

Ataques anteriores

Com cerca de 8 milhões de habitantes, Bogotá foi abalada por atos esporádicos de terror em 2017. Em fevereiro daquele ano, o ELN assumiu a responsabilidade por um ataque a uma patrulha policial que matou um soldado e feriu gravemente vários outros no bairro de Macarena, em Bogotá.

Nesse mesmo ano, um ataque em um centro comercial de Bogotá deixou três mortos e vários feridos. As autoridades acusaram o Movimento Revolucionário do Povo (MRP), um grupo de esquerda.

Além do ELN - que, no passado, admitiu ataques com explosivos contra a polícia -, também operam no país gangues de narcotráfico de origem paramilitar e dissidências das Farc, que lutam pelo controle territorial em meio a uma espiral de violência seletiva contra líderes sociais, que já deixou 438 mortos desde janeiro de 2016.

Há um ano, a polícia também foi alvo de um ataque a bomba dentro de uma delegacia em Barranquilla. Seis militares morreram e 40 ficaram feridos. Dias depois, o ELN, cuja delegação de paz está em Havana, assumiu a ação.

* Com agências internacionais

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