Topo
Notícias

Universidades desafiam governo e se recusam a cobrar taxa de inscrição para não-europeus na França

Alunos em auditório durante aula em universidade francesa - Reprodução/RFI
Alunos em auditório durante aula em universidade francesa Imagem: Reprodução/RFI

16/01/2019 19h33

Enquanto o governo francês planeja aumentar as taxas de ensino para estudantes fora da União Europeia no ano letivo que começa em setembro de 2019, a Universidade Lyon 2 (leste) anunciou que isentará todos os estudantes estrangeiros dessas taxas adicionais. Após a faculdade de Clermont-Auvergne (centro), Lyon 2 disse nesta terça-feira (15) que não aplicará o aumento de até 1.500% na taxa de inscrição para estudantes fora da União Europeia.

A Lyon 2 seguiu os passos da Universidade Clermont-Auvergne. "Para permitir que o maior número de pessoas possam continuar seus estudos na França, a Université Lumière Lyon 2 vai isentar todos os estudantes estrangeiros destes custos adicionais para o ano letivo de 2019/2020", disse a instituição em um comunicado. Clermont-Auvergne também se recusou recentemente a aplicar este aumento no início do ano letivo.

O governo francês anunciou em novembro de 2018 o aumento das taxas universitárias para jovens não-europeus, ao mesmo tempo em que afirmava seu desejo de atrair mais estudantes internacionais, melhorando a política de vistos e oferecendo mais bolsas de estudo, especialmente para aqueles que vêm do exterior, como estudantes da África francófona. Um aumento de quase 1.500%, em alguns casos.

As instituições de ensino consideraram a medida "nem relevante, nem justa". "Se melhorar a recepção de estudantes estrangeiros é obviamente uma necessidade", diz a Lumière Lyon 2, o aumento nas taxas "não parece relevante ou justo porque diz respeito a alguns dos estudantes financeiramente mais frágeis e isso prejudica o princípio da igualdade de tratamento entre os utilizadores de serviços públicos", declarou a universidade.

Atualmente, os estudantes de fora da Europa (cerca de cem mil na França) pagam as mesmas taxas que os estudantes franceses ou europeus: 170 euros por um ano para a licença, 243 euros para o mestrado e 380 euros para o doutorado. A partir do ano letivo de 2019, serão cobrados 2.770 euros para graduação e 3.770 euros para mestrado e doutorado, ou "um terço do custo real" de um estudante estrangeiro para as finanças públicas, segundo o governo francês. Os não-europeus que já iniciaram seus estudos na França não serão atingidos por esse aumento.

Notícias