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Nova caravana hondurenha entra lentamente na Guatemala

16/01/2019 19h37

Agua Caliente (Honduras), 16 jan (EFE).- Um segundo grupo da caravana de Honduras atravessa lentamente nesta quarta-feira a fronteira com a Guatemala, enquanto o primeiro avança rumo à capital guatemalteca empenhado em entrar em solo americano, apesar da embaixadora dos Estados Unidos em Honduras, Heide Fulton, desencorajar os imigrantes, pedindo para que não acreditem em "falsas promessas".

Os hondurenhos, cerca de mil conforme estimativas, avançam de forma ordenada e em pequenos grupos por Agua Caliente - região que faz fronteira com a Guatemala -, depois de passarem pelo controle migratório. Muitos denunciaram que agentes da Polícia hondurenha no local não permitiam que eles saíssem em grupos numerosos.

José Alfredo Pérez disse à Agência Efe que a Polícia de Honduras não permite que eles realizem o trâmite migratório para entrar na Guatemala.

"A Polícia está tentando impedir os trâmites de migração, nós queremos passar", disse Pérez, que é de Trujillo.

De acordo com ele, todos os hondurenhos que pretendem sair do país rumo aos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida, escolheram fazer isso de maneira livre.

"Todo mundo que está aqui quer sair e não aguenta viver neste país", ressaltou Pérez, que chegou às 5h (horário local) a Agua Caliente, onde pelo menos 60 menores de idade foram retidos ontem.

Os imigrantes alegam razões de segurança e busca por melhores condições de vida para deixar o país. Ontem, as autoridades de Honduras aumentaram os controles migratórios em Agua Caliente para evitar que menores de idade sem documentação ou pessoas que tenham ordem de prisão atravessem.

Carlos Cordero, oficial do Instituto de Migração de Agua Caliente, afirmou que as autoridades negaram a saída a 320 pessoas, sendo 206 menores de idade, por não cumprirem com os requisitos. Segundo ele, 52 adultos e 45 menores retornaram "voluntariamente" para Agua Caliente.

Ontem, as autoridades detiveram um homem, de 32 anos, que tinha ordem de prisão por estupro. Ele foi preso quando fazia trâmites migratórios para entrar na Guatemala, de acordo com o subdiretor da Polícia de Fronteiras de Honduras, Miguel Pérez. Um suspeito de organizar a caravana foi detido pelo mesmo crime.

O primeiro grupo da caravana, que saiu na segunda-feira de San Pedro Sula, no norte de Honduras, segue a caminhada pela Guatemala nesta quarta-feira depois de uma pausa ontem à noite feita no departamento de Chiquimula, na fronteira com Honduras.

Conforme dados do governo de Honduras, 709 hondurenhos da caravana cruzaram ontem a fronteira com a Guatemala pare chegar aos Estados Unidos. Apesar da esperança, a embaixadora americana em Honduras, Heide Fulton, fez uma postagem hoje no Twitter desincentivando os imigrante.

"Falsas promessas. Os coites e líderes de caravanas mentem", escreveu ela, como legenda de uma imagem que dizia: "a imigração ilegal é perigosa e acarreta consequências legais".

O governo hondurenho anunciou ontem a instalação de centros de amparo em três pontos da fronteira com a Guatemala para garantir o "retorno seguro" de quem desistir de continuar na caravana.

Pelo menos 11 hondurenhos dos milhares de centro-americanos que participaram da caravana de outubro morreram na tentativa de chegar aos Estados Unidos e mais de 7 mil voltaram para a cidade de origem, de acordo com números oficiais. EFE

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