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EUA estão preparados para suspender tratado INF com Rússia em 2 de fevereiro

16/01/2019 17h07

Washington, 16 jan (EFE).- A subsecretária de Estado dos Estados Unidos para o Controle de Armas e a Segurança Internacional, Andrea Thompson, afirmou nesta quarta-feira que seu país está preparado para "suspender" no dia 2 de fevereiro o tratado assinado com a Rússia para a eliminação de mísseis nucleares de curto e médio alcance (INF).

Em entrevista coletiva telefônica, Thompson explicou que a "suspensão" permitiria aos EUA iniciar a pesquisa e desenvolvimento de mísseis proibidos pelo pacto; mas não implicaria na saída formal do citado tratado, assinado em 1987.

De fato, com a "suspensão" do INF em 2 de fevereiro, os EUA dariam início ao processo de seis meses que é necessário para sua retirada formal do tratado, detalhou Thompson.

No último dia 4 de dezembro, o governo dos EUA já havia anunciado que iniciaria em 60 dias o processo para sair do INF, o primeiro tratado de desarmamento selado durante a Guerra Fria por Washington e Moscou e que serviu para inaugurar uma nova era de redução do arsenal nuclear.

Ontem, Thompson liderou a delegação dos EUA que se reuniu em Genebra com representantes russos, liderados pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Sergei Riabkov, para tentar salvar o pacto.

"Não houve nenhum novo avanço ontem com a Rússia", afirmou Thompson, que disse que "não há nenhuma indicação" que o Kremlin vá escolher "cumprir" com o tratado.

Thompson insistiu que Moscou está há anos violando o acordo e insistiu que o Executivo russo deve oferecer evidências "verificáveis" para demonstrar que está cumprindo com o pacto e, dessa forma, evitar que os EUA deem o passo de "suspender" suas obrigações sob o tratado.

Apesar do fracasso do encontro de ontem, Thompson garantiu que mantém "a porta aberta" para negociar; embora por enquanto não esteja prevista nenhuma outra reunião com representantes russos.

Em um tom similar, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assegurou hoje que se mantém "aberto ao diálogo" sobre o pacto.

EUA e Rússia se acusam mutuamente de violar o citado acordo, que proíbe os dois países signatários

de fabricar, instalar ou realizar testes de mísseis de curto alcance (500-1.000 quilômetros) e de médio alcance (1.000-5.500 quilômetros).

Em outubro do ano passado, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que seu país abandonaria o pacto devido às violações da Rússia, o que provocou o alerta de aliados europeus dos EUA por temerem uma competição nuclear entre Moscou e Washington com a Europa no meio.

Rússia e EUA têm 90% do total de armas nucleares do planeta. EFE

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