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China usa chefs e pistas de esqui para amortecer expansão menor

Bloomberg News

16/01/2019 14h36

(Bloomberg) -- As autoridades chinesas estão usando a criatividade na batalha para respaldar a economia neste momento em que a desaceleração pesa sobre os consumidores e ameaça o emprego.

Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong e é a maior economia regional, está aproveitando a fama de sua culinária para capacitar chefs cantoneses e gerar 300.000 empregos relacionados até 2022. A iniciativa faz parte de um pacote provincial de 20,8 bilhões de yuans (US$ 3,1 bilhões) para promover o emprego, que inclui a redução das taxas de contribuição previdenciária, subsídios a pequenos negócios e a oferta de financiamento semente para startups.

No norte do país, a capital Pequim pede que lojas e shoppings mantenham as portas abertas até mais tarde, e a província industrial Hebei propõe oferecer aos trabalhadores fins de semana de 2,5 dias para que eles tenham mais tempo para gastar.

O governo federal -- além de oferecer reduções de impostos -- também está usando a criatividade, promovendo esportes aquáticos, esqui, atividades ao ar livre e maratonas com o objetivo de aumentar o consumo anual de esportes para 1,5 trilhão de yuans até 2020, segundo um plano de dois anos divulgado nesta semana.

Em recessões anteriores, as autoridades chinesas apostaram no aumento do consumo e no emprego sólido para amortecer o golpe quando a antiga manufatura básica perdia o fôlego. Desta vez, o crescimento das vendas no varejo e os sinais de estresse no mercado de trabalho são evidentes e ameaçam gerar uma desaceleração mais ampla. Empresas internacionais como Apple e Volkswagen estão sentindo o efeito.

Outro possível indicador da desaceleração é que mais trabalhadores migrantes estão retornando para suas cidades de origem para o recesso de ano-novo bem antes do feriado real. O Ministério de Recursos Humanos confirmou que mais trabalhadores foram para casa em dezembro de 2018 em comparação com o mesmo período de 2017 e atribuiu o fenômeno a oportunidades melhores em seus lugares de origem, a motivos pessoais e também aos efeitos das operações de seus empregadores.

--Com a colaboração de Fion Li.

To contact Bloomberg News staff for this story: Xiaoqing Pi em Pequim, xpi1@bloomberg.net

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