Barraco digital! Trump usa divórcio de desafeto para chamá-lo de 'Bozo'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o divórcio bilionário de um desafeto declarado causado aparentemente por uma traição para apelidá-lo de "Bozo".
Ele não estava fazendo uma menção ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que passou a ser chamado de "Bozo" por oposicionistas, enquanto apoiadores o chamam de "capitão". A brincadeira de Trump era, sim, uma referência ao popular palhaço que conduzia um programa infantil na TV americana e também na brasileira. O alvo do político mais poderoso do mundo, no entanto, também é alguém com bastante poder -- e dinheiro: Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da gigante do comércio eletrônico Amazon, que também é a pessoa mais rica do mundo.
Sinto muito ouvir as notícias sobre Jeff Bozo ser derrubado por um competidor cuja reportagem, eu entendo, é muito mais acurada do que as reportagens de seu jornal lobista, o Amazon Washington Post. Esperançoso de que a publicação vá em breve parar em melhores e mais responsáveis mãos!
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
A declaração do mandatário foi feita em sua conta no Twitter neste domingo (13). O competidor do qual Trump estava falando é o "National Enquirer". O tablóide está acompanhando o processo de divórcio de Bezos tão de perto que publicou no último sábado (12) uma reportagem sobre as supostas mensagens enviadas pelo chefão da Amazon para sua suposta amante.
Segundo a publicação, o executivo teria contado a ela sobre conversas íntimas com sua ex-esposa MacKenzie Bezos, como o sonho dela em que ele redecorava o quarto dos dois. Ou a mensagem em que ele agradece à amante por tê-lo aconselhado a contratar Bono, vocalista do U2.
O "National Enquirer" sugere que as mensagens "pintam uma forte imagem de MacKenzie como a esposa traída por seu marido".
Para Trump, essa reportagem "é muito mais acurada" do que aquelas que vêm publicando o "Washington Post", jornal comprado por Bezos em 2013. A última delas mostra como o presidente norte-americano pediu para que fossem suprimidas as notas de seu intérprete durante o encontro com Vladimir Putin, presidente da Rússia.
O texto foi publicado na esteira do relato do "New York Times" de que o FBI abriu uma investigação sobre a possibilidade de Trump ser um agente a serviço do governo russo.
Já a reportagem do "National Enquirer" trata dos bastidores do divórcio de Bezos e MacKenzie, anunciado formalmente por eles na semana passada.
Ainda que os rótulos sejam diferentes, nós continuamos uma família e permanecemos como amigos queridos
Jeff Bezos
A separação pode fazer de MacKenzie a mulher mais rica do mundo. Ainda que os dois não possuam um acordo pré-nupcial, segundo informa a CNBC, as leis de divórcio em Washington, onde os dois moram, determinam que os bens adquiridos durante o casamento sejam divididos igualmente entre as partes. Como Bezos tem riqueza estimada pela Forbes em US$ 136 bilhões, metade disso representaria US$ 68 bilhões. A quantia é superior aos US$ 45,5 bilhões de Francoise Bettencourt Meyers, herdeira da empresa L'Oréal.
As críticas de Trump a Bezos não começaram agora. Ocorrem quase sempre que o "Washington Post" publica algo crítico ao presidente. No ano passado, sobrou até para a Amazon, de quem Trump reclamou por usar o serviço postal norte-americano para enviar algumas de suas mercadorias.
Ainda que seja atingida por uma saraivada de tuítes de Trump, a Amazon continua a ser uma das maiores fornecedoras do governo federal norte-americano. Entre os serviço prestados pela gigante está a tecnologia de reconhecimento facial usada pelo órgão de imigração norte-americano para flagrar pessoas que entram ilegalmente nos EUA.
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