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Citroën faz 100 anos; relembre 10 carros históricos da marca

2CV: há quem diga que ele poderia ter sido o carro mais popular do mundo... - Divulgação
2CV: há quem diga que ele poderia ter sido o carro mais popular do mundo...
Imagem: Divulgação
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Do UOL, Colaboração para o UOL, de São Paulo (SP)

04/06/2019 07h00

Foi em 4 de junho de 1919 que a Citröen escreveu o primeiro capítulo de sua trajetória centenária na indústria automotiva.

Nesta data, a fabricante entregou a primeira unidade produzida do Model A, que inaugurou a produção em série na Europa, seis anos após Henry Ford fazer o mesmo nos EUA com o Model T.

De lá pra cá, a empresa viveu altos e baixos: adquiriu (e depois perdeu) a conterrânea Panhard, foi resgatada pela Michelin e posteriormente foi comprada pela Peugeot. Mesmo diante de momentos conturbados, a marca nunca perdeu sua essência: a de fazer carros revolucionários que marcaram a história da empresa fundada por André Citroën (1878-1935).

UOL Carros lista a seguir alguns dos modelos mais engenhosos fabricados pela empresa francesa em um século de história.

Carros históricos da Citroën

  • Divulgação

    Type A (1919)

    O primeiro carro da Citroën também foi o primeiro modelo produzido em série ? princípio inventado por Henry Ford em 1913, em Detroit ? da Europa, com até 100 unidades fabricadas por dia. No total, 24.093 Type A foram vendidos antes da produção cessar, em 1921. Em menos de uma década, a Citroën se tornou o maior fabricante de carros da Europa e o quarto maior do mundo.

  • Divulgação

    Traction Avant (1934)

    Lançado em 1934, o Traction Avant foi o primeiro carro produzido em massa a incorporar uma carroceria monobloco com tração. Concebido em apenas 18 meses, foi a afirmação da Citroën enquanto montadora inovadora e questionadora dos padrões convencionais de construção e soluções. Mas tanta ousadia teve seu preço. e nesse mesmo ano a Michelin toma seu controle. A gama era composta por um conversível, um cupê e um sedã ? o mais longo deles tinha uma terceira fileira de bancos. Apesar de raspar os cofres da marca, sobreviveu até 1957.

  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress

    2CV (1948)

    Há quem diga que, não fosse a Segunda Guerra Mundial, o 2CV seria o carro mais popular do mundo em vez do Volkswagen Fusca. Sua origem remonta a meados dos anos 1930, quando Pierre Boulanger concebeu um carro para que os agricultores franceses trocassem o cavalo e a carroça por algo mais confortável. As diretrizes exigiam um veículo para transportar até quatro pessoas a 60 km/h, além de 50 kg de insumos agrícolas. Tudo deveria ser espartano: a estrutura da carroceria é mantida no lugar por 16 parafusos, no interior não havia o menor resquício de conforto e o motor mais potente tinha 602 cc e 30 cv. Pelo menos os bancos eram removíveis ? não apenas para levar mais bagagem, mas também para serem utilizados em um piquenique, por exemplo. Apresentado no Salão de Paris de 1948, ele foi produzido até 1990, somando mais de 5 milhões de unidades.

  • Divulgação

    DS (1955)

    Seu nome vem de ?déesse?, ou ?deusa? em francês. ?É óbvio que o Citroën DS caiu do céu?, disse certa vez o filósofo Roland Barthes. Revelado no Salão de Paris de 1955, o sucessor do Traction Avant recebeu 12 mil encomendas no primeiro dia de estreia. Foi um dos precursores dos conceitos de aerodinâmica, quando o tema ainda era vago. E o que dizer de um carro que, já naqueles tempos, tinha suspensão hidropneumática, capaz de manter a altura constante acima do chão com qualquer carga? Raríssima, a versão conversível teve apenas 1.365 unidades construídas, entre 1960 e 1971. O nome, aliás, inspirou o batismo da atual marca de luxo da Citroën.

  • Divulgação

    Méhari (1968)

    Não é só de carros estilosos e modernos que vive a Citroën. Prova disso é o Méhari, revelado pela marca em 1968. O jipe aproveitava o motor do 2CV, um boxer de dois cilindros refrigerado a ar com modestos 33 cv. Dele também vinha a suspensão com uma configuração inusitada: uma grande mola deitada em cada lateral do carro e ligada a dois braços: um para a roda da frente, outro para a de trás. Feito para ser espartano e robusto o suficiente para superar trilhas e transportar carga, o Méhari tinha uma plataforma com gaiola de treliças de metal vestida por uma carroceria de plástico ABS, moldado em alta temperatura e já na cor desejada. Assim, além de reduzir o peso, o material dispensava pintura. O câmbio tinha quatro marchas e engates pouco comuns e o jipe conseguia superar obstáculos mesmo sem tração 4x4 -- que também foi oferecida no modelo descontinuado em 1987.

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    SM (1970)

    Ninguém discute que comprar a Maserati foi uma extravagância da Citroën. Por outro lado, o mundo não seria o mesmo sem o SM, considerado à época o concorde dos automóveis, ao unir a aerodinâmica francesa à força do motor V6 italiano. O SM foi repleto de inovações - muitas delas criaram marcas da Citroën, como faróis giratórios e suspensão hidropneumática autonivelante. Era um carro complexo ? Complexo, o SM tinha uma série de seis faróis, com a luz interna de cada lado girando enquanto a direção apontava para a esquerda ou direita.

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    XM (1989)

    O XM ficou famoso por ser o último dos Citroëns futuristas ao extremo. Lançado em 1989, ele tinha um design exótico assinado pelos estúdios Bertone, resultando em um ótimo Cx de 0,28. O carro tinha várias inovações tecnológicas: faróis com refletores de superfície complexa (os primeiros do mundo) e a suspensão hidropneumática Hidractive, que tinha três esferas por eixo para melhor absorção de impacto. A central eletrônica monitorava comportamento de direção, freios, suspensão, câmbio e pedal do acelerador. Caso houvesse necessidade, o sistema desativava as esferas centrais para enrijecer a suspensão em situações de movimentos bruscos ou grandes deslocamentos. Havia soluções pouco comuns por dentro, como o volante com raio único. O carro saiu de linha em 2000 sem deixar muita saudade, principalmente pelo alto custo de manutenção até para os padrões da Europa.

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    ZX (1991)

    O ZX estreou nas ruas europeias em 1991. Assim como o XM, o hatch foi desenhado pelos estúdios Bertone. E o resultado foi bom, especialmente na bela versão de três portas, que trazia as maçanetas horizontais escondidas perto das janelas. Destaque para o ZX Dakar (homenagem ao Rali Dakar, no qual se sagrou tetracampeão), de 167 cv. Embora apenas o hatch tenha sido importado para cá a partir de 1992, o ZX deu origem a uma família completa na Europa. Substituído pelo Xsara em 1998, o modelo ganhou uma longa sobrevida na China, onde foi produzido até 2013 com direito até a um inédito sedã de quatro portas.

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    Xantia (1993)

    O sucessor do BX surgiu em 1993 com um design elegante e soluções tecnológicas no melhor estilo da marca. O Xantia tinha linhas sóbrias (inclusive por dentro) e vinha com itens como bancos com regulagens elétricas até dos apoios laterais e teto solar elétrico. Do XM vinha o sistema de suspensão pneumática com esferas preenchidas por fluidos e nitrogênio no lugar das molas e amortecedores. A altura de rodagem tinha quatro níveis e permitia até trocar o pneu sem utilizar macaco. Assim como outros modelos da marca, o freio de estacionamento atuava nas rodas dianteiras, e não nas de trás. Foi substituído pelo C5 em 2001, mas seguiu em produção no Irã até 2010.

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    C3 (2001)

    O modelo mais recente da lista também é o maior sucesso de vendas da história da Citroën no Brasil. Lançado no Brasil em 2003 já com produção em Porto Real (RJ), o carro inicialmente vinha só com motor 1.6 16V (110 cv) e duas versões: GLX e Exclusive. O design simpático foi inspirado no clássico 2CV e suas linhas arredondadas. No ano seguinte veio o motor 1.4 de 75 cv. Um leve facelift foi feito em 2008 antes de uma profunda atualização quatro anos depois -- chamada pela marca de segunda geração, embora a plataforma seja a mesma. Desde então o carro não sofreu alterações significativas e já sente o peso da idade, mesmo com novidades como o motor 1.2 Puretech e um câmbio automático de seis marchas no lugar da antiga caixa de quatro velocidades.

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